O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, aproximando-se do patamar de R$ 2,60, que investidores não conseguiram sustentar na véspera, em meio a expectativas de maior disciplina fiscal no Brasil e liquidez global abundante.
A moeda americana caiu 0,79% a R$ 2,6212 na venda. Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 2,6150. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 3,4 bilhões).
Na semana, o dólar caiu 0,67% ante o real.
"O mercado pegou um fôlego positivo nos outros dois dias e foi na inércia hoje", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater, que espera que o dólar volte a subir já na semana que vem.
Expectativas de maior rigor fiscal no Brasil, de um programa de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) e de juros baixos nos Estados Unidos por mais tempo do que o esperado vêm trazendo alívio aos mercados domésticos nas últimas semanas.
Na véspera, esses fatores levaram o dólar a recuar abaixo de R$ 2,60 momentaneamente, mas a baixa atraiu compradores e a divisa voltou a subir, terminando o dia em alta.
"O cenário está positivo nos últimos dias e o mercado está aproveitando para ver até onde consegue chegar com o dólar", disse Glauber Romano, operador de câmbio da corretora Intercam. Ele ressalta que o patamar de R$ 2,60 se mostrou uma "referência".
Moedas x Petróleo
O principal obstáculo a essa recuperação do real tem sido a queda dos preços do petróleo, que vem alimentando a aversão ao risco nos mercados globais nas últimas semanas. Nesta sessão, contudo, a commodity avançava, abrindo espaço para que o dólar retomasse o recuo.
"Com o mercado mais tranquilo lá fora, há margem para uma recuperação aqui", disse o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps pelas atuações diárias. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a US$ 10,405 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 52% do lote total.
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