Economistas de instituições financeiras pioraram pela segunda semana seguida suas projeções para a inflação e o crescimento econômico neste ano, elevando também a perspectiva para a alta dos preços administrados.
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 foi elevada a 6,60%, contra 6,56% anteriormente, mantendo-se acima da meta do governo de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Uma fonte de pressão são os preços administrados, cuja projeção para este ano subiu a 8%, contra 7,85%.
Para 2016, a projeção de inflação foi mantida em 5,70%, com a inflação dos preços administrados estimada em 6%, contra 5,80% antes.
No ano passado o IPCA terminou muito próximo do limite máximo do objetivo, com avanço de 6,41%, o que mantém a pressão para o BC conter a alta dos preços.
Já a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto neste ano caiu a 0,40%, 0,10 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. A expectativa para a 2016, entretanto, é melhor, com a projeção de crescimento sendo mantida em 1,80%.
Para 2014, após renovados sinais de fraqueza da economia, os economistas consultados reduziram a projeção para o crescimento da economia a apenas 0,11%, contra 0,15% antes.
Na última quinta-feira, o IBGE divulgou que a produção industrial brasileira recuou 0,7% em novembro do ano passado sobre o mês anterior, num resultado inesperado que indica a possibilidade de a economia como um todo ter contraído em 2014.
A expectativa agora recai sobre a divulgação na quarta-feira dos dados de novembro das vendas no varejo, setor que também vinha mostrando dificuldades no ano passado.
Em relação à Selic não houve alteração na expectativa de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75%, encerrará este ano a 12,50% e 2016 a 11,50%. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontecerá nos dias 20 e 21 de janeiro.
Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, passou a ver a Selic a 12,75% ao final de 2015, contra 12,50% na semana anterior.
O BC vem ressaltando que fará o que for necessário para reduzir a inflação, mas reconhece que ela tende a mostrar resistência no curto prazo. Uma fonte de pressão neste ano tende a ser o dólar, cuja projeção no Focus neste ano é de R$ 2,80, sem alterações.