O presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), disse nesta sexta-feira, 10, que ainda que o texto seja aprovado, 2019 é um ano perdido. Durante um evento organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ele afirmou que este será um ano de Produto Interno Bruto (PIB) baixo e pequena retomada do emprego.
Ramos ressaltou que, sem a reforma, "o futuro é de caos absoluto". "Elanão vai resolver todos os nossos problemas. E no dia seguinte à aprovação, não vamos viver em um mundo de prosperidade", disse.
Ele frisou também que a reforma pede um sacrifício dos brasileiros, maior de quem tem mais renda. "O País está pedindo a brasileiros com alguma renda que façam sacrifício para que 12 milhões de brasileiros desempregados tenham chance de ter renda no futuro", afirmou.
As audiências públicas para discutir a proposta na Comissão Especial estão previstas para ocorrer até o fim de maio, segundo Ramos. "Daí em diante, teremos as emendas, os destaques e outras coisas relacionadas ao conteúdo", afirmou o parlamentar.
Ele sugeriu ainda que a proposta só deve ir a plenário quando houver 308 favoráveis. "Aí já não é mais tempo nosso da Comissão, é o tempo da política. A Comissão terá de coordenar trabalhos com a articulação do governo para garantir 308 votos para votar a matéria no plenário", disse.
Aposentadoria para servidores públicos
Durante o evento, Marcelo Ramos afirmou não ver sentido em servidor público ter aposentadoria especial. "O servidor é o único que tem a certeza de que vai aposentar", disse.
Segundo ele, parte do funcionalismo se aposenta muito cedo e passa a um novo emprego, o que distorce a função da aposentadoria. "Não é possível que o servidor no auge da maturidade vá se aposentar. Se ele se aposentar com 48 anos ele vai parar de trabalhar? Não vai. Ele vai pra outro lugar. Aposentadoria não é complementação de renda, é renda mínima para quem perdeu a capacidade de trabalhar."