O casal Ana Paula Jahjah e Guilherme Nascimbem se formou numa área que é a cara da modernidade: informática. Mas tem feito dinheiro num setor que acumula séculos de tradição: massas caseiras. Eles começaram a, literalmente, pôr a mão na massa para complementar a renda. Conciliaram as duas atividades por três anos, até descobrirem satisfação muito maior no novo negócio – abriram então uma empresa e hoje dedicam-se exclusivamente a ela.
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A ideia de empreender surgiu a partir da experiência de Guilherme ao cozinhar para os amigos. “Ele tem descendência italiana, sempre preparava alguma receita da família e as pessoas elogiavam. Mas a gente não sabia até que ponto falavam bem por serem nossos amigos”, recorda Ana Paula.
A verdadeira prova veio quando eles foram convidados a produzir para um evento corporativo. “Testamos com um público que a gente não conhecia e tivemos um grande retorno. Foi o que nos motivou a criar a empresa”, diz Guilherme.
Assim, em 2011 surgiu a Massas do Gui, que inicialmente vendia massas caseiras congeladas em dois empórios de Santos (SP). Pouco tempo depois, chegaram à capital paulista. “Desde o início nós apostamos em oferecer um padrão diferenciado, com ingredientes selecionados e novos recheios”, afirma Guilherme.
Para divulgar os produtos, adotaram estratégias que os colocam próximos do público-alvo. “Por ser uma marca nova, ninguém vai comprar apenas pela embalagem. Então sempre montamos estandes de divulgação nos empórios para divulgar o produto e explicar a proposta”, conta Ana Paula.
Com o tempo, o casal percebeu que o ramo de alimentação estava dando muito mais satisfação do que a informática. Isso foi decisivo para tomar a difícil decisão de largar seus empregos para trabalhar só no novo ramo. “Ninguém vinha nos procurar para falar ‘nossa, que legal este programa que vocês criaram’. Mas com as massas isso acontecia o tempo todo. A gente ainda ganhava menos do que com informática, mas resolvemos apostar no potencial da empresa”, afirma ela.
Hoje, a Massas do Gui emprega dez funcionários, trabalha com 15 tipos de receita e dois molhos. Os produtos são vendidos em 15 lugares – quatro em Santos, 11 em São Paulo. Essa estrutura gerou faturamento de R$ 170 mil no ano passado. Agora, a empresa está fechando parcerias para que alguns cafés passem a servir as massas prontas como aperitivos para acompanhar bebidas.
“Acredito que o que faz a diferença para a aceitação que estamos tendo é o atendimento, além da praticidade de já estar tudo pronto. Não existe um concorrente que faça isso com nossa qualidade”, gaba-se Guilherme. “Nosso objetivo não é crescer exponencialmente, mas manter este padrão e continuar buscando um público diferenciado.”