Crise reforça comportamentos que atrapalham empreendedores

Conheça quatro posturas psicológicas que tendem a ganhar força nos momentos de dificuldade e travar ainda mais os negócios

8 jun 2015 - 07h00

Não é apenas o fraco momento econômico que afeta as vendas. Os empreendedores também podem desenvolver barreiras psicológicas que dificultam seus negócios. E, pior ainda, a crise apenas reforça os obstáculos que os empresários acabam criando para si.

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“Alguns pensamentos podem influenciar nosso estados emocionais, causado o que se pode chamar de erro cognitivo”, explica o psiquiatra e terapeuta cognitivo Fábio Fonseca, de Campinas (SP). Veja abaixo quatro comportamentos que costumam significar barreiras adicionais para seu trabalho.

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Oh, vida, oh, azar

A qualquer proposta, a réplica é sempre a mesma: não vai dar certo. É o que Fonseca chama de tendência à catastrofização: “superestimar os riscos e subestimar sua capacidade de resposta”. Um agravante desse tipo de pensamento é que ele frequentemente se confirma: o empresário desanima e a situação de fato piora. “Trata-se de uma profecia autorrealizável”, diz.

Há ainda uma variação desse problema – “visão em túnel”, como a denomina o psiquiatra. “Acaba-se vendo apenas os aspectos negativos da situação”.

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Foto: PathDoc / Shutterstock

Melhor não

Outra tendência é fugir dos riscos – por vezes, do próprio negócio, como avalia o professor Carlos Leite, coordenador do curso de administração da Faculdade Santa Maria, na Paraíba, que estuda o empreendedorismo sob uma perspectiva psicológica.

“Em momentos de crise, os empresários acabam tendo uma maior aversão ao risco, o que faz com que empreender acabe se tornando uma segunda atividade, em vez de se dedicar inteiramente a seu negócio”, explica.

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Oito ou oitenta

Quase nada, na vida ou nos negócios, é preto no branco. É muito comum que haja zonas cinzentas, saídas alternativas, variações em torno de um caminho escolhido. Mas não para os que têm pensamento dicotômico: ou tudo dá certo, ou tudo dá errado. “Nesse caso, o empresário não dá valor ao meio-termo”, aponta Fonseca. Boas oportunidades podem passar em branco para quem não dá o braço a torcer em nenhum ponto.

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É assim e pronto

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Os empreendedores, em momentos de crise, também acabam menos propensos a aceitar críticas, avalia Leite. “O empresário acha que não há nada a melhorar, que seu negócio é perfeito.” Um mercado em retração, claro, traz dificuldades mesmo para quem atende bem e trabalha bem. Mas nesses momentos ter flexibilidade e saber adaptar-se são qualidades fundamentais.

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O que fazer

A solução para esses problemas todos, no entanto, é bem simples: conversa. “O empreendedor precisa de um pensamento mais livre de vieses. Para isso, é bom buscar a opinião de pessoas com os mais diversos perfis e até fora de seu ramo de negócio”, aconselha Fonseca. “É preciso uma visão holística”, acrescenta Leite.

O psiquiatra ressalta que não adianta se debruçar sobre um problema até a exaustão: “É preciso, por vezes, mudar o foco atencional sobre uma situação, deixar a questão de lado para, quando voltar sua atenção, conseguir ver as coisas por outro ângulo”.

Fonte: PrimaPagina
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