Mais de US$ 58 bilhões foram movimentados no comércio entre Brasil e China, de outubro a janeiro de 2015, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Diante da relevância comercial dos chineses, a demanda por ensino de mandarim vem crescendo por aqui, e já motiva a criação de escolas especializadas no idioma. É o caso da Nin Hao, de São Paulo, que cogita, inclusive, virar uma rede de franquias.
Vale a pena apostar em franquias de baixo investimento?
Ela conta que, no começo do negócio, o perfil dos alunos era diferente do de hoje. “A empresa nasceu há dez anos para atender a uma demanda mais localizada, ligada aos descendentes de chineses que queriam aprofundar o conhecimento no idioma ou a pessoas que tinham curiosidade pela cultura do país”, afirma Sumara Lorusso, presidente da empresa.
Com a maior abertura da China para o restante do mundo, processo iniciado após os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, muitos profissionais da área de importação e de exportação, além de universitários que buscam um diferencial para o currículo, passaram a procurar por aulas do idioma.
“Inglês e espanhol são básicos hoje. Com o mandarim, o profissional abre as portas para negociar com um mercado gigantesco, que hoje é o principal parceiro internacional do Brasil”, completa Sumara.
Apostando na continuidade desta tendência, a escola já ensaia migrar para o modelo de franquias, e vê espaço para a criação de unidades em outras cidades. “Nosso expectativa para o crescimento do mandarim é muito grande. Ele não vai chegar ao patamar de interesse despertado pelo inglês, mas acreditamos que em alguns anos possa ser comparado ao francês e ao alemão, por exemplo”, avalia a presidente da empresa, destacando que a escola já recebeu manifestações de interesse em municípios, como Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande e Campinas.
Para ela, o principal desafio no ensino do idioma está em fazer com que os brasileiros entendam a estrutura do mandarim, que é bem diferente da do português.“Não classificaria como um idioma difícil, mas distante do que estamos acostumados. É complicado para o brasileiro entender a lógica dos ideogramas. Além disso, é fundamental fazer uso de professores nativos, pois a pronúncia e a entonação são essenciais”, diz.