A trajetória do empresário paulista Fabiano Castro é um exemplo de superação. Aos 22 anos, ele trabalhava na Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (SP) para pagar a faculdade de Administração quando recebeu uma péssima notícia: estava demitido. Pior ainda: na mesma época seus pais se separaram e ele se tornou o principal responsável pelo sustento do lar.
Para não faltar comida em casa, Fabiano trancou a matrícula da faculdade e, depois de algum tempo, tomou uma decisão radical: mudou-se para Belém do Pará, onde abriu uma franquia da Minds Idiomas. A ousadia deu certo e hoje ele é o maior franqueado da rede, com 15 unidades espalhadas pelo país.
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Apesar do sucesso, Fabiano não esquece aqueles dias difíceis. “Eu estava em um trabalho temporário, sem registro, e acabei sendo demitido após pouco mais de um ano. Passei a imprimir e distribuir currículos, pois começaram a faltar as coisas em casa. Mas ninguém queria me dar uma oportunidade, pois eu não tinha experiência e só possuía o ensino médio completo”, lembra Fabiano.
Depois de receber muitos “nãos”, ele viu no jornal o anúncio de uma vaga que não exigia experiência. A empresa, também sediada em Ribeirão Preto, tinha uma metodologia de seleção diferente, focada em treinamentos. Em vez de contratar um gerente, por exemplo, preferia formar um funcionário para desempenhar esta função.
“A necessidade fez com que eu visse essa como a oportunidade da minha vida. Eu passei por muitas dificuldades, tranquei a faculdade de Administração, pois ou eu estudava ou colocava comida em casa. Dediquei-me bastante ao trabalho e em quatro meses fui reconhecido, me tornando assessor de marketing”, conta Fabiano.
Jogando tudo para o alto
Alguns meses depois, Fabiano cresceu ainda mais no conceito de seu chefe, e foi convidado para ser parceiro dele na abertura de uma franquia em São Paulo, tendo, inclusive, participação nos lucros. Apesar de obter sucesso também nesta nova função, e de conseguir até abrir uma segunda franquia, o jovem empreendedor queria crescer mais.
“Resolvi vender tudo o que tinha: as duas franquias, minha casa e um carro, e decidi começar tudo do zero em Belém do Pará. Eu já tinha ido antes para lá fazer uma pesquisa de mercado. Era uma cidade que contava com pouca oferta de cursos e a concorrência demoraria para chegar lá. Eu sabia que teria um grande potencial de crescimento”, afirma.
Assim, em 2001 ele e um sócio alugaram um imóvel na capital paraense, fizeram as reformas necessárias e montaram ali uma franquia da Minds Idiomas, com apenas 20 funcionários. Apesar das perspectivas promissoras, Fabiano conta que teve muitas dificuldades para se adaptar à nova realidade nos primeiros seis meses do negócio, e cogitou algumas vezes voltar para São Paulo.
“Havia muita diferença cultural, e a cidade não tinha uma boa estrutura de entretenimento. Eu vivia em função do trabalho, não tinha lugares para sair e me divertir, e estava sentindo muita falta disso. Além disso, a gente não estava tendo uma boa receptividade. As pessoas pensavam que tínhamos ido para lá dar um golpe”, recorda Fabiano.
Outra dificuldade enfrentada no início da operação foi a falta de ambição da população local, acrescenta Fabiano. Segundo ele, muitos funcionários não acreditavam que seriam capazes de crescer na carreira e ocupar uma posição de gerência. Porém, o trabalho do empresário foi mudando isso ao poucos, por meio de treinamentos. Logo, alguns começaram a se destacar em posições de comando, mudando a cabeça dos demais.
Assim, Fabiano, fez com seus funcionários o mesmo que seu antigo chefe havia feito com ele em São Paulo: quem se destacava era convidado a se tornar sócio do patrão em novas franquias. Ele começou expandindo suas atividades no próprio estado do Pará, abrindo duas outras escolas em Belém e uma no município de Bacarena.
Como a coisa deu certo, Fabiano decidiu ir além e passou a enviar seus ex-funcionários para abrir novas franquias em outras partes do país. Resultado: o empresário paulista se tornou o maior franqueado da Minds Idiomas, com 15 unidades espalhadas por todo o Brasil. “Hoje, a maioria dos gerentes que tenho no comando das minhas franquias saíram de Belém. Eles se destacaram, e os convidei para serem meus parceiros em outras unidades, assim como fizeram comigo quando eu estava começando”, conclui Fabiano.