Empresa alia inclusão e lucro com impressões em braille

Empreendedor aproveita o crescimento da preocupação com deficientes visuais e cria negócio para adaptar cardápios e livros

8 mai 2014 - 08h00
Criada pelo paulistano Roberto Gallo, a Livre Acesso é especializada em fazer traduções e impressões em braile
Criada pelo paulistano Roberto Gallo, a Livre Acesso é especializada em fazer traduções e impressões em braile
Foto: Shutterstock

A crescente preocupação com a acessibilidade está abrindo novas possibilidades de negócios. Aproveitando a maior atenção dispensada aos deficientes visuais nos últimos anos, o paulistano Roberto Gallo criou a Livre Acesso Braille, empresa especializada na produção de livros e cardápios em braille. 

Após trabalhar durante mais de uma década em uma fundação de assistência a deficientes visuais, Roberto decidiu montar seu próprio negócio no ano passado. Assim, ele investiu em impressoras, contratou pessoal e passou a traduzir e imprimir material em braille.

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“É uma linguagem que já existe no Brasil há 160 anos. Há uma lei na cidade de São Paulo que desde 1997 obriga todos os estabelecimentos que comercializam refeições a ter pelo menos um exemplar do cardápio em braille. São cerca de 200 mil locais deste tipo, e nos últimos três anos eles passaram a se preocupar cada vez mais com este tema”, explica Gallo.

O empreendedor afirma que sua ideia não é só montar um negócio, mas ajudar os deficientes visuais a exercerem sua cidadania e terem acesso a informação por conta própria. “Falar desta lei sempre é nosso último recurso. Procuramos despertar no empresário a consciência da necessidade de dar atenção ao deficiente visual, para que ele seja incluído como um consumidor importante”, diz.

Além de bares e restaurantes, a Livre Acesso também trabalha com livros didáticos de escolas de inglês, por exemplo. Uma primeira tradução do texto para o braille é feita por um software, mas um profissional com experiência no uso da linguagem precisa acompanhar o processo, pois é necessário inserir  caracteres e códigos específicos para garantir que a adaptação seja bem sucedida e, depois de passar pelo software, o texto em braille deve ser submetido a uma revisão rigorosa.

“Em geral, um cardápio leva até sete dias úteis para ficar pronto. A Livre Acesso tem apenas sete meses de vida, mas já conta com  quatro funcionários e atende todo o país por meio do Sedex. O crescimento está sendo rápido”, afirma Gallo.

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Fonte: PrimaPagina
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