Empresa supera crise vendendo passagem aérea para periferia

Agência que mira classes C e D já vendeu 40% a mais neste ano do que no mesmo período de 2014

27 mai 2015 - 07h00

É possível crescer em meio à crise econômica? Uma empresa que aposta na venda de passagens aéreas para as classes C e D e que estimula o empreendedorismo na periferia mostra que sim. Ao apostar nesse nicho, a Vai Voando, que faturou R$ 34 milhões em 2014, já vendeu neste ano 40% a mais que no mesmo período do ano anterior.

Passo maior do que a perna

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“Muitas vezes, viajar de avião é mais barato do que de ônibus, mas as pessoas mais humildes nem sequer cogitavam essa alternativa. A ideia da Vai Voando é justamente mostrar que isso é possível, e oferecer meios para que se torne realidade”, afirma o gerente comercial e de Marketing, Luiz Andreaza.

Luiz Andreaza era vendedor de porta em porta, e ajudar a levar a lógica dos carnês para a venda de bilhetes de avião
Luiz Andreaza era vendedor de porta em porta, e ajudar a levar a lógica dos carnês para a venda de bilhetes de avião
Foto: Divulgação

Para tanto, foram feitas parcerias com pequenas agências de viagem instaladas onde residem ou trafegam consumidores de classe baixa e média baixa. Esses pontos antes vendiam apenas tíquetes rodoviários, mas agora também oferecem a opção aérea.

A Vai Voando criou também um modelo de vendas por carnê. O sistema lembra aquele usado pelos antigos vendedores, e permite espaçar os pagamentos sem necessidade de comprovação de renda. “Se o cliente define que vai viajar daqui a oito meses, fazemos uma reserva junto à companhia aérea. Depois, parcelamos o valor em até oito boletos, sendo que o vencimento do último acontece pelo menos sete dias antes da viagem. Após quitar todos, recebe-se a passagem”, explica Andreaza.

Pontos de venda em periferias levam a novidade ao público
Foto: Divulgação

Outra estratégia foi a formalização de parcerias com indivíduos influentes nas comunidades. “Nós pegamos o ‘seu Zé do Bar’, fizemos dele um MEI e o colocamos para vender nossas passagens. Com isso, estimulamos o empreendedorismo no local, e a confiança no negócio passou a ser muito maior.”

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O gerente destaca que com frequência esse público faz viagens como necessidade, mais do que lazer. “São pessoas que viajam uma ou duas vezes por ano para ver suas famílias em outro estado. Mesmo com a crise, elas continuam viajando, o que faz com que os efeitos da crise sejam menos sensíveis para nós.”

A inovação do serviço reforça a fidelidade do público, avalia o gerente.. “Quando aparece uma empresa que traz uma oportunidade pela primeira vez, eles não esquecem. Foi o que aconteceu com as Casas Bahia, por exemplo.”

Fonte: PrimaPagina
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