Com a proposta de ensinar as crianças de uma maneira lúdica, privilegiando o fortalecimento das relações afetivas e o uso de recursos multimídia, a empresária Kelly Dantas de Vasconcellos fundou, em 1999, a escola de ensino fundamental Universidade da Criança (Ucri) em Macapá (AP). Passados 15 anos, ela foi surpreendida pela notícia de que seu empreendimento estava entre os dez finalistas globais do Empretec Women in Business Awards 2014, prêmio oferecido pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) para reconhecer iniciativas de destaque de empreendedorismo feminino no mundo inteiro.
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Mesmo não tendo ficado com o primeiro lugar do prêmio, a empresária se diz realizada pelo reconhecimento e por poder contribuir para a formação de seus alunos de uma forma moderna e encantadora. “Quero meus alunos vindo para a escola com vontade e interesse. Eu aproximo ao máximo os conteúdos às mídias disponíveis porque essa é a linguagem do futuro e espero eles estejam antenados com tudo de novo”, afirma.
Crescendo com os alunos
Formada em Matemática com pós-graduação em Psicopedagogia, Kelly sempre sonhou em criar uma escola como a Ucri. E o projeto começou a sair do papel de uma forma bastante modesta, quando ela inaugurou a escola em um prédio alugado na Rua Guanabara, no bairro Pacoval, Zona Sul de Macapá.
A proposta pedagógica inovadora, no entanto, fez com que a Ucri crescesse rápido, obrigando a empresária a transferir o empreendimento para um prédio próprio na mesma rua. E a expansão não parou por aí. Hoje, a escola funciona em dois prédios próprios, que abrigam a Ucri – voltada para alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental (1o a 5o ano) –, e uma unidade de educação infantil, a Ucri Baby. Juntas, elas atendem 250 alunos e contam com mais de 50 funcionários. A partir de 2015, Kelly espera que a escola passe a abrigar também estudantes dos primeiros anos do segundo ciclo do ensino fundamental, com a implantação do 6º e 7º anos.
O reconhecimento da ONU dá um incentivo adicional para Kelly continuar apostando na sua trajetória de empreendedora e educadora. “Acredito que o prêmio serviu para ampliar meus horizontes, me chamar ainda mais para a dedicação ao trabalho, vendo que somos todos responsáveis pela construção de um mundo melhor. Conhecer outras realidades me fez voltar ao Brasil cheia de vontade de melhorar”, comenta a empresária sobre a experiência de participar da cerimônia de premiação, realizada no último mês de outubro em Genebra, na Suíça.
Além de incentivo, participar da premiação fez Kelly refletir sobre o papel das mulheres no mundo do empreendedorismo. “Reconheço o talento das outras empresárias do Brasil e do mundo que contribuem com seus países, gerando empregos e riqueza. Sabemos que a mulher assume vários papéis e isso é um dos nossos maiores desafios”, encerra a empresária.