Pense em cursos de línguas e alguns poucos nomes de grandes redes vêm à mente. Ainda assim, pequenas escolas ainda têm espaço em um mercado apenas aparentemente saturado. Quem diz isso é Carlos Wizard Martins, fundador e, até dezembro, dono de um dos maiores grupos de ensino de línguas do país, a rede Wizard, e do Grupo Multi Educação, que congrega nove redes de ensino.

“Há, sim, espaço para os pequenos empreendedores, porque o mercado potencial é enorme; estima-se que apenas 2% da população brasileira efetivamente fale inglês”, afirma ele, que nasceu Carlos Martins mas acrescentou o nome de sua escola – inspirado no título do filme “The Wizard of Oz” (no Brasil, “O Mágico de Oz”) – a seu próprio nome.

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O crescimento da renda dos brasileiros, analisa Wizard, está permitindo que se invista mais na própria educação. “A ascensão da classe C vem sendo um fator determinante para que o mercado de ensino de idiomas cresça cerca de 20% ao ano e seja muito promissor.”

Em tese, a parcela da população de menor renda poderia aprender inglês nas escolas públicas, uma vez que o idioma faz parte do currículo obrigatório. Na prática, “a incapacidade do governo brasileiro de prover uma educação bilíngue de qualidade na rede pública de ensino abre muito espaço para as escolas de idiomas”.

História de sucesso

O empresário não se furta a oferecer dicas para os novos empreendedores, e tem como norte um ensinamento que atribui a São Francisco de Assis: “Comece fazendo o necessário, depois o possível. De repente, estará fazendo o impossível”.

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Quem quiser saber mais sobre a filosofia de negócios de Wizard, hoje dono de um império educacional com mais de 3 mil escolas, pode comprar alguns de seus vários livros de autoajuda – o mais recente é “Desperte o milionário que há em você” – ou a biografia autorizada “Os Sonhos não têm Limites”, escrita por Ignácio de Loyola Brandão.

“Gosto muito do conceito de ‘pensar grande, começar pequeno’”, diz Wizard. Ele sabe do que está falando. Começou sua trajetória com poucos alunos na sala de casa, em tempos muito menos propícios: “A Wizard nasceu na década de 80, um dos momentos mais impróprios para abrir um negocio próprio neste país. O ambiente econômico era muito hostil, inseguro, instável”.

O diferencial da escola era o método de ensino, que o fundador trouxe dos mórmons dos Estados Unidos, depois de morar e estudar no país por alguns anos. “Percebi que um adulto não precisa de meses ou anos para aprender outra língua, mas sim de algumas semanas de curso intensivo.”

O que começou na sala de casa logo ganhou novos horizontes quando o então professor, utilizando o sistema de franquias, passou a “distribuir o modelo comercial em todo Brasil e ganhar escala”, criando, segundo ele mesmo diz, cerca de 100 milionários no processo. Até por isso, Wizard defende que “o sistema de franquias é a forma mais segura e rentável de montar o negocio próprio”.

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Depois do Brasil, passou a explorar outros países. Wizard começou seu processo de internacionalização pelos Estados Unidos. Atualmente, já há escolas em países de América Latina e até na China.

Aos poucos, a Wizard passou a ser apenas parte do negócio do empreendedor. Tornou-se uma das várias iniciativas reunidas no Grupo Multi Educação. Entre as empresas da corporação estão outros cursos de idiomas, como a Yázigi e a Skill, e até uma rede de ensino de matemática e português, a Smartz.

No início de dezembro de 2013, o grupo foi vendido por quase R$ 2 bilhões para um dos maiores conglomerados globais de educação, a britânica Pearson (dona, por exemplo, do Financial Times e da Penguin Random House), na maior transação já feita no setor brasileiro de ensino.

Wizard foi convidado a fazer parte do conselho consultivo internacional da Pearson, e continua dando palestras. Tem dito que vai tirar 2014 como ano sabático e estudar novos negócios – provavelmente em franquia e educação.

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A continuidade no ramo da educação se justifica pelos mesmos motivos pelos quais Wizard afirma ainda haver muito espaço para os pequenos empreendedores: “Com a ascensão de uma nova classe social no Brasil, temos cerca de 40 milhões de brasileiros com recursos para investir na qualificação pessoal e profissional”.

Fonte: PrimaPagina
Fonte: Terra
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