As micro e pequenas empresas do estado de São Paulo tiveram, em 2013, o menor crescimento em quatro anos, segundo pesquisa divulgada pela seção paulista do Sebrae. O faturamento do setor atingiu R$ 568,1 bilhões, 2% a mais que no ano anterior (já descontada a inflação).
O desempenho da economia brasileira (classificado como “modesto” pela entidade) e a forte base de comparação influenciaram o resultado, na avaliação do diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
A variação havia sido de 8,1% em 2012, 4,4% em 2011, 10,4% em 2010 e um recuo de 5,3% em 2009 – sempre descontada a inflação. “O aumento de 2% no faturamento aponta uma desaceleração no ritmo de crescimento que o indicador vinha mostrando nos anos anteriores”, observou Caetano em material divulgado para a imprensa.
O segmento mais afetado entre as pequenas e micro empresas foi a indústria, cuja receita encolheu 3,4%. “Foi o primeiro ano com queda de faturamento na indústria, desde 2009, que foi o ano da crise internacional”, disse o consultor do Sebrae-SP Pedro Gonçalves.
O tombo foi contrabalançado pelo comércio (alta de 4,3%) e pelos serviços (1%), que agrupam 90% das MPEs paulistas. Eles “se beneficiaram do elevado nível de consumo no mercado interno”, avaliou o consultor.
A maior parte (51%) dos micro e pequenos empresários de São Paulo espera que o faturamento se mantenha estável neste primeiro semestre. A porcentagem dos que preveem um quadro pior aumentou em relação a janeiro de 2013 (de 8% para 16%), mas permanece menor do que a dos que esperam melhoria (34%).
“A previsão é de desempenho modesto da economia brasileira este ano e tendência de desaceleração do consumo interno por conta da inflação persistente, aumento menor do salário mínimo e redução no volume de contratações”, comentou Gonçalves. “Esses fatores devem fazer com que as MPEs tenham seu crescimento contido, porque dependem muito do mercado consumidor interno.”