Você teria coragem de abandonar a carreira e vender casa e carro para ir atrás de um sonho? Pois foi justamente isso o que fez Fabiana Alves Ribeiro. Apaixonada por gatos, ela deixou o cargo de coordenadora de compras de uma multinacional e se desfez de tudo o que tinha conquistado para criar o Café com Gato, na cidade de Sorocaba (SP).
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Filha de comerciantes, Fabiana afirma que sempre quis evitar o caminho traçado pelos pais, e que desde pequena desejava trabalhar em um escritório. Sendo assim, ela obteve formação técnica em secretariado e depois concluiu a faculdade de Administração.
“Trabalhei por oito anos na área de compras – três deles como coordenadora. Ao longo desse tempo, comecei a ficar bastante insatisfeita com a vida na empresa e algumas coisas do mundo corporativo”, diz.
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Ela cita um episódio envolvendo justamente o gato que frequentava a empresa. Certo dia, o bichano apareceu machucado, e Fabiana deixou o serviço para levá-lo ao veterinário. “Fui julgada pelos colegas. As pessoas passaram a comentar que eu não fazia meu trabalho, mas ia cuidar de gatos. Isso me deixou bastante chateada e comecei a pensar em mudar de vida”, revela.
Desde então, ela passou a procurar opções de negócio para investir, e resolveu começar por algo que estivesse relacionado ao universo dos gatos. “Conheci através de revistas aqueles cafés com gatos que existem no exterior, onde as pessoas sentam, comem alguma coisa e brincam com os bichos. Vi que ainda não existia nada parecido no Brasil e decidi investir.”
Para tanto, ela pegou não apenas o dinheiro da rescisão do emprego, como também teve de vender a casa, o carro e ainda recorrer a um empréstimo bancário. Ao mesmo tempo, seu marido e seu pai questionavam se a iniciativa daria certo, pois ela estava abrindo mão de tudo o que havia conquistado. “Não fiz nenhum plano de negócio, nem análise financeira. Mas eu sabia que as cafeterias e os pets shops eram dois dos ramos com maior potencial de crescimento”, recorda.
Porém, na hora de abrir o estabelecimento, ela se deparou com uma dificuldade inesperada: a legislação brasileira não permite que animais frequentem um ambiente onde alimentos são comercializados. “Fiquei muito chateada com essa notícia e até pensei em desistir. Porém, tem um restaurante que eu gosto muito em Itu que conta com um aquário, e tive a ideia de montar um espaço assim para isolar os gatos”, afirma.
Hoje, quase um ano depois da inauguração do Café com Gato, o local conta com sete bichanos, cada um com um nome ligado ao universo das cafeterias, como Espresso, Capuccino e Chantilly. Além disso, Fabiana acredita que o fato de os animais ficarem em um espaço isolado acabou sendo até melhor do que sua ideia original, pois os gatos não ficam estressados com o grande assédio das pessoas.
“O negócio me surpreendeu, pois o movimento está sendo maior do que eu esperava. Já temos treze funcionários e um faturamento mensal de R$ 60 mil. Estamos agora formatando o modelo para criar uma rede de franquias, e esperamos ter novas unidades já em 2016”, antecipa.