Pequenos negócios se unem para peitar grandes empresas

Empreendedores com menos recursos formam associações para concorrer em melhores condições no mercado

15 set 2014 - 08h00
Por meio do associativismo, pequenos empresários unem forças para disputar mercado com grandes corporações
Por meio do associativismo, pequenos empresários unem forças para disputar mercado com grandes corporações
Foto: EDHAR / Shuttertock

Um encontro organizado pelo Sebrae chamou a atenção para um fenômeno cada vez mais forte no Brasil: o associativismo. Entre os dias 10 e 11 de setembro, o 5o Encontro Nacional de Centrais de Negócios e Redes reuniu em Belo Horizonte empreendedores que estão mostrando, na prática, que a união faz a força. São empresários que decidiram se unir em associações para compartilhar recursos e, assim, competir em melhores condições com grandes corporações. A tendência é tão forte que o número de associações triplicou no Brasil entre 2005 e 2011.

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Essas associações formam centrais de negócios que abrem uma série de novas possibilidades para os seus associados, aumentando seu poder de compra, sua capacidade de adquirir crédito e facilitando práticas como capacitação de funcionários, explica Algeny Ferreira, analista técnica da Unidade de Acesso a Mercados e Relação Internacionais do Sebrae-MG.  “Empresas de material de construção podem, por exemplo, se juntar para criar centros conjuntos de distribuição, economizando custos e melhorando a logística. Já negócios que giram em torno do potencial turístico de uma cidade podem se unir para fazer o marketing daquele local, criando site e campanhas que vão ajudar a todos”, afirma.

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Não por acaso, o número de entidades tem crescido muito nos últimos anos. Segundo números do Sebrae, enquanto em 2005 existiam apenas 257 associações no Brasil, em 2011 já eram 778 entidades do gênero no país. Os setores que mais contribuem para esta alta são supermercados, farmácias e lojas de construção civil.

Boa parte dessas associações nasce quando os próprios empresários procuram o Sebrae, que identifica negócios do mesmo setor com demandas parecidas, e sugere a criação da entidade, afirma Algeny. “Mostramos a eles como se juntar, fazemos um diagnóstico das suas necessidades e estimamos os custos da implantação. Trabalhamos com eles durante um ano e meio, e depois deste período a associação é lançada, passando a andar com as próprias pernas, mas sempre contando com o nosso apoio quando necessário”.

Uma das grandes dificuldades para convencer os empresários da importância de unir forças está na resistência que muitos têm em trabalhar lado a lado com seu concorrente. Para superar isso, o Sebrae promove encontros e estimula que todos os seus participantes abram as portas de seus negócios para apresentá-lo aos demais. Assim, eles aprendem que a competitividade fica do lado de fora, pois no grupo todos são parceiros.

“A ideia do Encontro Nacional é expandir isso e reunir os empresários já associados para ampliar ainda mais suas redes, com gente de outros estados. Também queremos estimular a realização de negócios entre as redes, como grupos de mercados comprando de associações de produtores de tomate, por exemplo”, diz Angely.

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A união faz a força

Um dos casos que apresentaram melhores retornos para seus associados é o da Rede Ibitipoca. A associação reúne donos de hotéis, pousadas, restaurantes e bares do município mineiro, localizado a 90 km de Juiz de Fora. Além de trabalharem conjuntamente a formação de preço de venda e a capacitação de seus funcionários, os empresários criaram um do Centro de Informação de Apoio ao Turista.

“Reformamos o espaço e contratamos uma turismóloga para orientar os turistas sobre as opções de passeios, restaurantes e meios de hospedagens. Também fizemos um planejamento de marketing conjunto, com a criação de site e de uma marca própria”, conta Marcus Marchiori. presidente da central de negócios.

Já o Clube das Tintas, formado por 15 empresários com lojas em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Vespasiano, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Santa Luiza e Sete Lagoas, começou a fazer compras conjuntas em maio de 2013. Menos de um ano depois, as vendas cresceram 17,4%, e os lucros, 5,4%.

“Conseguimos mais bônus com fornecedores. Antes, a maioria dos associados não conseguia comprar de grandes marcas multinacionais, compravam de distribuidores com preços que chegavam de 6% a 12% mais caros”, conta Leonardo Antonacci, presidente da entidade.

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Fonte: PrimaPagina
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