Selic alta, inflação e dólar: entenda os desafios do varejo

Alta dos juros e pressão inflacionária impactam o setor; lojistas precisam se preparar para volatilidade econômica e crédito escasso

22 mar 2025 - 06h14
Resumo
O varejo cresceu 4,7% em 2024, mas enfrenta desafios em 2025 com alta da Selic, inflação e dólar, impactando consumo e crédito; soluções incluem estratégias financeiras e digitais.
Foto: Freepik

O setor varejista atravessou 2024 com resultados expressivos, registrando crescimento de 4,7% nas vendas do varejo. No entanto, os desafios para 2025 começam a ganhar notoriedade com novas altas da taxa Selic, a inflação persistente e a volatilidade cambial,  impactando diretamente o consumo e a rentabilidade para diversos comerciantes.

Maurício Stainoff, presidente da FCDLESP, afirma que o setor vai precisar adotar estratégias para lidar com esse cenário. “Os lojistas devem ficar atentos ao aumento do custo do crédito e à pressão nos preços. A previsão de uma taxa de juros próxima de 15% até dezembro de 2025, impõe desafios para o financiamento do consumo e dos próprios investimentos do setor”, destaca Stainoff.

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Crédito mais caro e inadimplência em alta

Com a Selic em 13,25% e previsão de alta ao longo do ano, o custo do crédito segue como um obstáculo para os varejistas. Em 2024, a taxa média de juros para pessoas físicas alcançou 33%, enquanto para empresas ficou em 19,6%, dificultando o acesso ao financiamento.

Paralelamente, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a inadimplência vem crescendo: cerca de 68,8 milhões de consumidores estavam negativados em janeiro de 2025, um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior. No setor empresarial, o número de empresas inadimplentes cresceu 6,5%.

“O lojista precisa ajustar suas estratégias financeiras para lidar com o endividamento da população e a dificuldade de acesso ao crédito. Uma boa gestão de fluxo de caixa e alternativas como programas de parcelamento e descontos para pagamentos à vista podem ajudar a reduzir esses riscos”, orienta Stainoff.

Inflação e dólar ainda pressionam custos

O IPCA acumulado de fevereiro de 2025 chegou a 5,06%, permanecendo acima da meta perseguida pelo Banco Central. Esse cenário impacta diretamente o custo de produtos e operações do varejo, reduzindo o poder de compra dos consumidores. Além disso, a volatilidade cambial trouxe desafios adicionais.

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A valorização do dólar em relação ao real encareceu a importação de mercadorias, afetando principalmente segmentos como eletrônicos, vestuário e insumos do setor alimentício.

Estratégias para os lojistas

Diante do atual panorama econômico, o ano de 2025 será repleto de desafios, mas também de oportunidades para o varejo. A chave estará na capacidade dos lojistas de se adaptar às novas condições do mercado e buscar soluções inovadoras para manter a competitividade.

“A adoção de estratégias digitais e a diversificação de meios de pagamento são caminhos fundamentais para atravessar 2025 com resiliência. O consumidor está cada vez mais conectado, e os lojistas que investirem em experiências digitais e facilidades como cashback tendem a se destacar”, finaliza Stainoff.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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