Com o objetivo de superar os desafios para o desenvolvimento das startups e impulsionar ações de fomento para o setor, empresários, acadêmicos e representantes do Sebrae e do governo de Minas Gerais elaboraram uma carta com reivindicações do segmento para a presidente Dilma Rousseff e outros chefes de Estado da América do Sul. O documento foi elaborado durante o 5o Fórum Empresarial do Mercosul, realizado na última semana, em Belo Horizonte.
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Um dos principais desafios identificados durante o encontro foi a criação de mecanismos para reter talentos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. “Este é um tema crucial para o desenvolvimento do setor e está bastante ligado a outra demanda, que é a criação e revisão de leis de propriedade intelectual. É preciso gerar mecanismos para proteger e valorizar essas pessoas, para que elas se sintam estimuladas a continuar criando”, afirma Júlio Junior, analista da unidade de acesso a mercado e relações internacionais do Sebrae-MG.
Outro ponto levantado no documento é a necessidade de reduzir as exigências burocráticas para abertura de novos negócios no segmento de inovação e ampliar a disseminação da cultura da inovação entre governo, empresa e instituições de ciência e tecnologia (ICTs). “O Vale do Silício, que é uma referência, recebe inúmeras visitas técnicas de startups. E a tônica hoje é mudar aquele modelo de esconder a ideia para que ela não seja roubada. As pessoas precisam trocar conhecimento, compartilhar, pois você pode encontrar alguém que venha complementar e aperfeiçoar seu negócio”, diz o analista do Sebrae.
Neste sentido, a carta elaborada no evento defende a necessidade de se promover ações e programas destinados a garantir o livre fluxo de informações, conhecimentos e indivíduos entre os países da América do Sul. Segundo Julio, as realidades encontradas na região são bem distintas, o que torna a troca de experiências ainda mais rica.
“O Equador tem bastante dificuldade em levantar investimentos. Já o Chile está mais estruturado e conta com grandes iniciativas em inovação. A Argentina tem algumas empresas que são referência, mas tem muito para desenvolver. A Colômbia ainda batalha para fomentar o empreendedorismo. E o Brasil vem despontando. Temos muito conhecimento e experiência a compartilhar, mas também há espaço para aprender com os vizinhos”, resume o especialista.
Finalmente, Julio destaca também que é preciso reconhecer e estimular o papel das startups como um elemento de promoção do desenvolvimento socioeconômico. “Estamos em uma recessão técnica aqui no Brasil, e estas empresas são uma oportunidade enorme de gerar empregos e novas fontes de renda, respondendo às diferentes demandas que o país enfrenta”, conclui o analista do Sebrae.