Veja setores que devem rejuvenescer para faturar com idosos

O envelhecimento acelerado da população muda o perfil socioeconômico do Brasil. Com isso, obriga alguns segmentos a se adaptar

3 abr 2015 - 07h00

De um lado, menos nascimentos. De outro, aumento exponencial na expectativa de vida. O saldo dessas duas mudanças demográficas começou a ficar evidente há 20 anos, nos países mais ricos, e agora é um fenômeno global e inédito na história da humanidade: a população mundial está envelhecendo tão rápido que, em 2030, haverá mais pessoas acima de 60 anos do que abaixo de 14. No Brasil, segundo o IBGE, em 2013 os mais velhos eram 7,4% do total de pessoas. Em 2000, eram 5,9%. Em 2040, serão 23%.

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Estes 54 milhões de consumidores brasileiros de 2040 podem ser divididos em três subfaixas etárias: acima de 60 anos, acima de 70 e acima de 80. Um grupo grande e diversificado. Mesmo hoje, o estereótipo da bengala e do corpo encurvado não faz mais sentido. Cada vez mais, o mercado vai encontrar nesse grupo pessoas dispostas a continuar estudando, passeando – e consumindo.

No Brasil, este fenômeno vai acontecer bem rápido: se em 2005 os idosos representavam 9,7% do consumo nacional, em 2020 responderão por 15,4%, prevê um estudo da consultoria A.T. Kearney. Conheça dez setores que tendem a crescer com essa grande mudança.

Alimentação

Comida para diabéticos, para hipertensos, para portadores de osteoporose ou em recuperação de algum carcinoma. O setor de alimentos vai lidar com demandas muito específicas, o que certamente vai exigir investimento pesado em pesquisas. As embalagens também demandam cuidados especiais: terão que ser seguras e mais fáceis de abrir. Aliás, os próprios supermercados vão mudar. Prateleiras muito altas, carrinhos de compras muito fundos ou etiquetas de preços com textos muito pequenos vão cair em desuso.

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Foto: Pressmaster / Shutterstock

Moradia

O mercado de construção civil terá que se adaptar para uma nova realidade: a das casas em que gerações sucessivas de idosos, com idades e necessidades diferentes, dividem o mesmo espaço. A arquitetura e a decoração precisarão de soluções ergonômicas e agradáveis, que não deixem a casa parecendo um hospital. Além disso, uma parcela de idosos tende a seguir o movimento que já é forte no Brasil, o das pessoas que moram sozinhas. Hoje, os mais velhos de 60 anos respondem por 42% das casas com um único habitante. Resultado da estabilidade financeira e da busca por autonomia.

Foto: Iakov Filimonov / Shutterstock

Fitness

A busca de atividades físicas compatíveis com a idade já provocou um grande impacto no setor. Academias voltadas para a terceira idade, com hidroginástica, ioga e musculação com aparelhos adaptados para reduzir o impacto, são muito comuns nos grandes centros urbanos. Podem ser acompanhadas de massagem e atendimento no setor de estética.

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Foto: Ruslan Guzov / Shutterstock

Educação

Os novos idosos serão mais escolarizados: em 2040, quase metade das pessoas com 60 a 69 anos terá ensino médio completo, o dobro do percentual de 30 anos antes. Mais escolaridade significa maior interesse em continuar estudando. Os centros de ensino vão se voltar para esse mercado, que vai muito além de cursos para passar o tempo: com o aumento da pressão das pessoas mais velhas sobre o sistema previdenciário, é provável que as pessoas troquem de carreira profissional uma ou duas vezes ao longo da vida, e fazer cursos técnicos ou novas faculdades vai ser essencial nesse processo.

Foto: Claudia Paulussen / Shutterstock

Veículos

De acordo com a A.T. Kearney, nos Estados Unidos as pessoas com mais de 50 anos gastaram, em 2013, US$ 87 bilhões em carros, contra US$ 70 bilhões dos que têm menos de 50 anos. Carros confortáveis, fáceis de usar (e, por que não?, mais caros do que os modelos acessíveis para os mais jovens), terão cada vez mais mercado, mesmo em outros países.

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Foto: Little Moon / Shutterstock

Moda

Nem todos os jovens da casa dos 20 anos se vestem da mesma forma. Esperar que as pessoas com mais de 60 se conformem com moletons e blusas largas e confortáveis é inútil. A indústria da moda para idosos tem tudo para se desenvolver e buscar novas linguagens para as pessoas mais velhas se manifestarem através de suas roupas. As mulheres serão o alvo preferencial. Na previsão do IBGE, se hoje elas vivem 78,5 anos, contra 71,5 anos dos homens, em 2060 elas viverão 84,4 anos, e eles 78,03.

Foto: Ruslan Guzov / Shutterstock

Lazer e turismo

Mesmo que ainda envolvido com o mercado de trabalho, e por isso sem tanto tempo livre, o idoso terá poder aquisitivo para fazer passeios caros. Suas exigências são muito maiores do que as de um jovem mochileiro. Conforto nas acomodações, informações claras e serviço de qualidade vão fazer a diferença. “Há no Brasil um grupo de idosos altamente educados e afluentes, receptivos às novas tecnologias, ativos tanto profissionalmente quanto na procura por lazer sofisticado e global”, diz o professor de engenharia de produção, Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella, da Universidade Federal Fluminense e da Estácio de Sá.

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Foto: Syda Productions / Shutterstock

E-commerce

Alguns brasileiros gostam de novas tecnologias e adotam novidades com grande facilidade. E isso inclui os idosos. A geração que chegará aos 60 anos em duas décadas vai estar muito acostumada às comodidades do comércio on-line e da entrega de produtos dentro de casa. Com a vantagem, para as empresas, de que pessoas mais velhas são mais fiéis a marcas e mais atentas a qualidade do que a preço. 

Foto: racorn / Shutterstock

Marketing e propaganda

As ações de comunicação para a terceira idade vão precisar levar em consideração que a cena típica dos comerciais atuais, de um grupo grisalho, sorridente e vestindo jaquetas feias e confortáveis, não representa a imagem que os idosos fazem de si mesmos. A propaganda de produtos voltados para esse público vai ter que levar em consideração que os idosos não são um grupo homogêneo e estagnado.

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Foto: Photographee.eu / Shutterstock

Saúde

Uma preocupação a maior parte dos idosos compartilha: a saúde. Neste momento, no Brasil, 3,1 milhões de pessoas nesse grupo têm alguma dificuldade em realizar sozinhas tarefas básicas do dia a dia, como preparar a própria comida ou tomar banho. O setor de saúde, atendimento hospitalar e cuidados especiais vai crescer exponencialmente. De laboratórios especializados na coleta de exames em casa a cuidadores de idosos, incluindo asilos com atendimento personalizado, o setor vai se tornar um dos mais importantes da economia.

Foto: JPC-PROD / Shutterstock

Fonte: PrimaPagina
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