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México, Canadá e China alertam que tarifas de Trump prejudicariam todos os envolvidos

26 nov 2024 - 14h47
(atualizado às 14h48)

Autoridades de México, Canadá e China advertiram que a ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas pesadas sobre produtos dos três maiores parceiros comerciais do país prejudicaria as economias de todos os envolvidos, podendo agravar a inflação e atingir os mercados de trabalho.

Em sua rodada inicial de respostas ao anúncio surpreendente de Trump na última segunda-feira -- de uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México e uma taxa adicional de 10% sobre os produtos chineses até que eles reprimam drogas ilícitas e imigrantes cruzando a fronteira -- líderes e outras autoridades de alto escalão pediram diálogo e cooperação.

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"Para uma tarifa, virá outra, e assim por diante, até que coloquemos em risco nossos negócios em comum", disse a presidente mexicana Claudia Sheinbaum durante entrevista coletiva de rotina. Sheinbaum disse que planejava enviar uma carta a Trump e que tentaria uma ligação com ele para discutir a questão.

Enquanto isso, uma autoridade do Banco do Canadá disse que está claro que qualquer medida de Trump para cumprir a ameaça repercutiria em ambos os lados da fronteira norte dos EUA.

"O que acontece nos EUA tem um grande impacto sobre nós, e algo como isso teria claramente um impacto sobre ambas as economias", disse o vice-presidente do banco central canadense, Rhys Mendes, durante uma sessão de perguntas e respostas em Charlottetown, na Ilha do Príncipe Eduardo.

Antes, um porta-voz da embaixada da China em Washington havia dito: "Ninguém vencerá uma guerra comercial ou uma guerra tarifária".

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Em setembro, dados do Departamento de Comércio dos EUA mostraram que os três países haviam enviado mais de 1 trilhão de dólares em mercadorias para os Estados Unidos nos primeiros nove meses do ano, com o México em primeiro lugar, seguido por China e Canadá.

FOCO EM FENTANIL

Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, prometeu durante toda a campanha impor tarifas de vários graus aos parceiros comerciais dos EUA, como parte da promessa de "colocar os Estados Unidos em primeiro lugar".

A imposição de tarifas de importação foi uma das principais políticas durante o primeiro mandato de quatro anos e, como agora, ele considerou motivos não econômicos. Em 2019, ele ameaçou impor tarifas de 5% sobre o México para obter sua cooperação para reforçar os controles de fronteira.

No caso atual, o fluxo de drogas ilícitas para os EUA, especialmente o fentanil, foi adicionado à mistura de queixas aos três países. O número de mortes nos EUA por overdose de fentanil na verdade diminuiu em 2023, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, embora quase 75.000 pessoas ainda tenham sucumbido ao poderoso opioide.

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Em relação à China, Trump disse em uma publicação na rede social: "Até que eles parem, cobraremos da China uma tarifa adicional de 10%, acima de qualquer tarifa adicional, sobre todos os muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América."

Não ficou totalmente claro o que isso significaria para a China, pois Trump já havia prometido acabar com o status de nação comercial mais favorecida do país asiático e aplicar tarifas sobre as importações chinesas superiores a 60% -- muito mais altas do que as impostas durante seu primeiro mandato.

As novas tarifas citadas por Trump parecem violar os termos do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) sobre comércio. O acordo, que Trump sancionou, entrou em vigor em 2020 e deu continuidade ao comércio amplamente isento de impostos entre os três países, embora ele se encerre em 2026.

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