O empresário Eike Batista pode ter lucrado de R$ 124 milhões a R$ 126 milhões ao vender ações da petroleira OGX antes de divulgar informações relevantes sobre o grupo EBX ao mercado, de acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira. Após a divulgação, o preço das ações despencou. O fato incentivou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que a Justiça Federal bloqueasse R$ 122 milhões nas contas bancárias do empresário. O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal, determinou que o excedente em contas correntes, poupança e aplicações financeiras fosse liberado.
No pedido, o MPF diz que Eike Batista teria usado informações privilegiadas e, assim, manipulado o mercado de ações para lucrar. As supostas ilegalidades constam da investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de ações. No documento apresentado à Justiça, o MPF relata que Eike teria vendido R$ 197 milhões em ações entre 24 de maio e 10 de junho. Nas contas do Ministério Público, se tivesse vendido os papéis após a divulgação das informações ao mercado, o empresário teria recebido de R$ 71 milhões a R$ 73 milhões. De acordo com a assessoria de Eike, o empresário nega qualquer irregularidade e irá recorrer.