Consolidado como um modelo de trabalho eficiente e que traz benefícios diversos após a pandemia de Covid-19, o trabalho híbrido se tornou cada vez mais popular para muitas empresas. Afinal de contas, ele traz vantagens como um enorme potencial para melhorar a sustentabilidade financeira, conservar recursos naturais e reduzir o impacto ambiental das empresas, além de melhorar o bem-estar dos funcionários e aumentar a inclusão.
Com tudo isso, para além da economia para a companhia, o trabalho híbrido também apresenta uma oportunidade para as empresas avançarem em suas agendas ESG (Ambiental, Social e Governança). De acordo com uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, os modelos de trabalho híbrido poderiam reduzir as emissões de carbono em até 20%.
O uso da tecnologia para gerenciar esse modelo pode ser um ponto determinante para assegurar uma real otimização dos recursos, colaborando, por exemplo, para a redução do uso de energia elétrica, água, e do desperdício de alimentos.
Boa gestão de espaço entra na agenda ESG
Uma boa gestão do espaço pode contribuir para objetivos como a redução da pegada de carbono, controle de desperdício de alimentos e menor uso de recursos naturais.
Mário Verdi, CEO da Deskbee, plataforma de gestão do workplace, conta que um dos pilares da ferramenta é a questão otimização do uso de recursos através de uma gestão eficiente do espaço.
“Do ponto de vista de sustentabilidade, um bom gerenciamento do trabalho híbrido pode gerar economia de recursos naturais e colaborar para objetivos como a redução de uso de energia elétrica, água e outros. Isso porque a ferramenta permite, por exemplo, que as salas sejam reservadas e dessa forma cada espaço só vai ser aberto se houver necessidade, evitando que espaços quase vazios fiquem como energia elétrica e ar-condicionado, por exemplo”, diz ele.
O trabalho híbrido tem outra faceta na redução das emissões de carbono, lembra Mário: a redução dos deslocamentos dos funcionários, que diminui o uso de transportes poluentes.
Outro impacto é na gestão de refeitórios. Quando todos os funcionários estavam na empresa, a base para a produção de refeições era sempre a mesma, mas, com o modelo híbrido, isso se torna um tiro no escuro. Porém, com a tecnologia, é possível que o funcionário reserve e confirme previamente sua refeição, evitando o desperdícios de alimentos.
Desbloqueio de espaços de acordo com a ocupação
Uma das empresas que utiliza a plataforma é o iFood, que faz o gerenciamento de seus escritórios, desbloqueando os espaços de acordo com a ocupação. Uma funcionalidade utilizada nesse sentido é a reserva por ocupação, gerada a partir de uma ideia e iniciativa da empresa para a Deskbee: nela, é possível liberar para reserva, por exemplo, apenas determinados andares do espaço físico da empresa ― a liberação dos andares seguintes é feita apenas depois que os primeiros atingem um determinado patamar de ocupação.
“Todos os 'FoodLovers' têm a liberdade de escolher quando estarão no escritório: não há nenhuma exigência de dias mínimos para o presencial e nem uma escala de uso”, conta Lucas Lopes, coordenador sênior de Workplace Experience & Solutions no iFood.
Para Lucas, o uso da tecnologia para otimizar o trabalho híbrido vai muito além de uma simples reserva. “A Deskbee nos fornece dados que nos ajudam a construir indicadores de property estratégicos, como ocupação média, custo operacional por ocupante, custos de energia e água por ocupante, entre outros. Com esses dados é possível termos um painel gerencial que nos ajuda a tomar decisões estratégicas, tanto em operação quanto na gestão de real estate”, conta.
Um olhar para a inclusão e para o bem-estar
Outra maneira pela qual o trabalho híbrido pode colaborar na agenda ESG é através de uma melhor gestão de recursos humanos, promovendo bem-estar e inclusão. O trabalho remoto oferece mais flexibilidade e autonomia para os funcionários, permitindo que eles trabalhem de qualquer lugar, a qualquer momento.
Isso em si cria mais oportunidades para pessoas que moram com localidades mais distantes, cidades fora dos grandes centros e facilita a entrada no mercado de trabalho de grupos como as mães solo, que muitas vezes não conseguem conciliar um modelo presencial com as necessidades de cuidados dos filhos, e as Pessoas Com Deficiência (PCDs), que evitam deslocamentos diários, que podem ser difíceis, visto que a maior parte das cidades ainda sofre com falta de acessibilidade.
Além disso, pesquisas já apontam a maior satisfação dos funcionários como o trabalho remoto ou híbrido, o que pode levar a uma força de trabalho mais produtiva, pois os funcionários têm mais controle sobre sua agenda e ambiente e gastam menos tempo no trânsito.
O modelo híbrido tem a vantagem de proporcionar um local de trabalho adequado para o atendimento de certas demandas, como reuniões e uso de equipamentos que às vezes não estão disponíveis na casa do colaborador, além de colaborar para que, mesmo mantendo os benefícios do trabalho remoto, o funcionário não perca a socialização no espaço da empresa. Tudo isso pode resultar em níveis mais altos de satisfação e engajamento dos funcionários.
Trabalho híbrido vs. tecnologia vs. ESG
- • Conseguir previsibilidade de alimentação para evitar desperdício em refeitórios;
- • Planejar o uso de recursos como energia e água;
- • Previsibilidade de ocupação, para não ativar espaços e recursos sem necessidade;
- • Ativação de andares conforme ocupação;
- • Redução de deslocamentos e do uso de transportes;
- • Satisfação e bem-estar dos funcionários;
- • Dados que podem embasar ações para a redução de uso de recursos;
- • Facilitação na inclusão de grupos mais diversos na empresa.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.
