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Moody's eleva nota da Argentina e muda para positiva a perspectiva de melhoria do crédito

Agência destacou que os fundamentos de crédito da Argentina melhoraram no primeiro ano do governo Milei, como resultado de ajustes 'eficazes e contundentes que levaram à estabilização do ambiente macroeconômico'

24 jan 2025 - 19h29
(atualizado às 21h07)

A Moody's Ratings, uma das principais agências de avaliação de risco ao crédito, elevou nesta sexta-feira, 24, a classificação da Argentina como emissora de moeda estrangeira e moeda local de longo prazo. A nota subiu de Ca para Caa3. Ao mesmo tempo, alterou a perspectiva de estável para positiva, em mais um reconhecimento dos efeitos das medidas de ajuste adotadas pela administração de Javier Milei em pouco mais de um ano de governo, desde a posse, em dezembro de 2023.

As mudanças refletem a visão da agência de avaliação de risco de que a mudança de política do governo argentino permitiu um ajuste fiscal e monetário que está ajudando a lidar com desequilíbrios econômicos e a estabilizar as finanças externas, diminuindo a probabilidade de um evento de crédito (calote).

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Para a Moody's, os riscos significativos para a capacidade do país de cobrir os próximos pagamentos da dívida externa permanecem, incluindo aqueles relacionados à remoção de controles de capital e câmbio ou de choques negativos que podem levar a um evento de crédito com perdas materiais para os detentores de títulos.

A perspectiva positiva reflete o potencial de alta para as classificações, afirmou a Moody's, citando que a Argentina continua a se mover em direção à próxima fase de seu ajuste macroeconômico. "Uma transição ordenada para uma conta de capital mais aberta seria consistente com classificações mais altas", disse a agência.

A Moody's salientou que os fundamentos de crédito da Argentina melhoraram no ano passado, como resultado de "ajustes políticos eficazes e contundentes que levaram à estabilização do ambiente macroeconômico".

A administração de Milei promoveu um ajuste fiscal decisivo, com medidas para interromper o financiamento monetário (a emissão de moeda), que se mostraram eficazes no tratamento de desequilíbrios.

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A melhora drástica nas contas fiscais foi impulsionada por cortes generalizados nos gastos que envolveram reduções substanciais no investimento público, transferências para empresas estatais e províncias e na folha de pagamento pública.

O que é rating? Para que serve?

A nota de crédito (rating) ou classificação de risco, atribuída por instituições especializadas, serve como uma medida confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem para fornecer aos investidores uma avaliação independente a respeito do risco de crédito da dívida do país analisado. Os ratings indicam, portanto, se o país é um bom ou mau pagador — ou seja, quais são as chances de ele dar um calote.

Para definir as notas, as agências de classificação de risco analisam fatores como contas públicas, cenário macroeconômico, perspectivas de investimento e contexto político. As agências usualmente atribuem notas para as dívidas de curto e longo prazo, em moeda local e estrangeira.

Em 1º de outubro passado, a Moody's elevou a nota do Brasil — de Ba2 com perspectiva positiva, para Ba1, apenas um grau abaixo do grau de investimento — e manteve a perspectiva positiva (ver gráfico abaixo).

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No caso da Argentina, agora, a Moody's observou ainda que a queda do risco-país, com o spread (a diferença entre os preços de compra e de venda de uma transação financeira) soberano abaixo de 600 pontos-base, aumenta a probabilidade de que o governo possa recuperar o acesso aos mercados externos, permitindo maiores entradas financeiras e a diversificação das fontes de financiamento.

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