Emilio Botín, um dos homens mais poderosos da Espanha e que transformou o Santander de um pequeno banco doméstico no maior banco da zona do euro, morreu de um ataque cardíaco aos 79 anos.
O banco disse nesta quarta-feira que realizará uma reunião do Conselho de Administração mais tarde para nomear um sucessor para o cargo de presidente do Conselho. Analistas e investidores vêm esperando há muito tempo que o cargo seja assumido pela filha mais velha do executivo, Ana Botín, que lidera o negócio britânico do Santander.
Tal movimento poderá provocar polêmica, contudo, em um momento em que dinastias bancárias enfrentam duras críticas depois de um escândalo no português Banco Espírito Santo, com empresas da família fundadora sendo investigadas por irregularidades financeiras.
"A sucessão não deve consistir apenas em dizer 'minha filha vai tomar conta'", disse um especialista em governança corporativa de uma gestora global de ativos que detém ações do Santander, falando sob condição de anonimato.
Outro potencial substituto é Matias Inciarte, 66, um ex-ministro do governo e membro do Conselho de Administração do banco desde 1988, que atualmente ocupa o cargo de segundo vice-presidente do Conselho.
Às 07h40 (horário de Brasília), as ações do Santander caíam 1,3%, a 7,65 euros.
Emilio Botín, chamado de "El Presidente" pelos colegas de trabalho e terceiro da geração Botín a comandar o Santander, esteve à frente da investida para criar um banco global, oferecendo serviços múltiplos a empresas multinacionais e uma gama de serviços aos consumidores.
Ele dirigiu seu olhar afiado para negócios para divulgar a marca do Santander ao redor do mundo, somando 1,4 trilhão de euros (US$ 1,8 trilhão) em fundos e cerca de 200 mil funcionários.
"Ele foi um homem capaz de fazer o Banco Santander se tornar o banco mais importante de nosso País", afirmou o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a jornalistas no Parlamento.
"Eu tive uma reunião com ele na semana passada e ele estava bem e em boa forma. Foi uma surpresa e um golpe."