Motoristas da Uber e 99 realizam uma paralisação parcial, com início nesta segunda-feira, 15, para protestar por melhores condições de trabalho. Com a greve, os passageiros que tentam usar os serviços oferecidos pelos aplicativos de transporte estão enfrentando alguns transtornos, como cancelamentos de corridas, maior tempo de espera e aumento de até 50% nos preços em São Paulo. A informação é da Folha de São Paulo.
O movimento propõe 24 horas sem atividade. A manifestação começou às 4h desta segunda e deve se estender até as 4h desta terça-feira, 16. Os efeitos da paralisazão já foram sentidos pelos passageiros logo pela manhã, quando, quem acessava o aplicativo, já encontrava um aviso de que os preços estavam acima da média.
Além disso, segundo a Folha de São Paulo, o pátio em que motoristas de aplicativos aguardam por corridas, ao lado do Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos, tinha menos carros do que o normal, indicando que muitos dos trabalhadores aderiram às manifestações.
Segundo a Folha, a avaliação dos organizadores da greve é positiva com relação a adesão dos motoristas à paralisação. De acordo com a Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo), o aumento do valor da tarifa dinâmica indica que há menos carros na rua do que o normal.
De acordo com o Estadão, a paralisação foi convocada pela Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e pela Amasp. A expectativa de adesão é de 70% da classe em todo o País. Nacionalmente, existem mais de 2 milhões de motoristas ativos. No Estado de São Paulo, são R$ 36,7 mil.
O presidente da Amasp e diretor da Fembrapp, Eduardo Lima de Souza, já havia avisado que os usuários de transporte por aplicativo poderiam ter dificuldades de usar esse meio de transporte nesta segunda, devido a paralisação.
"O valor repassado pelas plataformas para os motoristas segue congelado desde 2015, 2016 enquanto as plataformas aumentaram os preços para os passageiros", afirmou ele, ao explicar o motivo da greve.
Segundo Lima, em uma corrida que, em 2016, custava R$ 10 para o passageiro, o motorista embolsava R$ 7,50. Hoje, a mesma corrida sai por cerca de R$ 14 para o passageiro, e o motorista fica com quase R$ 7. "Há casos em que o desconto para o motorista chega a 60%."
Nesse período, o presidente da Amasp explica que a inflação do carro subiu. Houve aumento do preço do combustível, óleo, aluguel ou financiamento do veículo. "Está inviável trabalhar", afirmou.
De acordo com o comunicado da entidade anunciando a paralisação, houve inúmeras tentativas de negociação com as empresas de aplicativos, mas não foram bem sucedidas. "Vimos a necessidade de realizar a paralisação na tentativa de termos nossas reivindicações atendidas", diz o informe.
Em nota enviada ao Terra, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (AMOBITEC) afirma que respeita o direito de manifestação e informa que as empresas associadas mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas.