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Mourão fala em "trabalho democrático" e pede "calma"

Segundo o vice-presidente há um ruído na decisão do Parlamento europeu de rejeitar simbolicamente o tratado de livre-comércio

7 out 2020 - 14h13
(atualizado às 14h23)

BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que há "ruído" na decisão do Parlamento Europeu de rejeitar simbolicamente o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, com a justificativa de preocupações ambientais. Ele disse que um trabalho diplomático deverá ser feito a partir de agora para tratar do assunto.

Vice-presidente Hamilton Mourão
14/02/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Vice-presidente Hamilton Mourão 14/02/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Na saída da vice-presidência nesta quarta-feira, 7, ao ser questionado sobre jornalistas sobre o acordo, Mourão destacou que se trata de uma "questão de diplomacia" e lembrou que o acordo demorou 20 anos para ser assinado, o que só aconteceu em junho do ano passado.

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"Tem muito ruído nisso aí. Tudo faz parte do trabalho diplomático que tem que ser feito. Vamos com calma", disse. Na visão, do vice-presidente, a discussão do acordo de livre-comércio envolve "muitos interesses", o que dificulta seu avanço.

"O lobby dos agricultores europeus é muito grande. Também tem a questão dos partidos verdes na Europa que são muito fortes. Tem países que estão em processo eleitoral. Países que estão vivendo crises internas ali. As pressões são enormes. Temos que ir manobrando pouco a pouco", declarou.

Relatório aprovado por deputados da União Europeia diz que o "acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado na sua forma atual" e que o Parlamento europeu está "extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade".

Para Mourão, essa decisão é possível de ser revertida e que a viagem de embaixadores para a Amazônia pode contribuir com isso. "Lógico, tudo é reversível. Só tem duas certezas na vida: a morte e pagar imposto." A visita com os embaixadores, segundo Mourão, está prevista para novembro, mas vai depender da situação da pandemia.

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Em setembro, o governo brasileiro afirmou que a não aprovação do acordo seria um desincentivo aos esforços do País para fortalecer sua legislação contra desmatamentos e queimadas e poderia agravar ainda mais os problemas ambientais da região.

Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura rebateram relatório encomendado pelo governo francês a um comitê de especialistas independentes, que alertava sobre os riscos ambientais representados pelo acordo.

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