Mulheres ganham 17% a menos que os homens, diz IBGE; veja diferenças por áreas

O instituto explica que é como se as mulheres fossem remuneradas com 85,5% do salário dos homens

20 jun 2024 - 11h54
(atualizado às 12h29)
Foto: Gilson Abreu/AEN

Em 2022, as mulheres ganhavam, em média, 17% a menos que os homens, segundo as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), divulgadas nesta quinta-feira, 20, pelo IBGE. Em outra perspectiva, o instituto explica que é como se as mulheres fossem remuneradas com 85,5% do salário dos homens. 

  • Em média, homens assalariados receberam R$ 3.791,58;
  • E as mulheres assalariadas receberam R$ 3.241,18.

Em duas das três naturezas jurídicas das empresas analisadas, a discrepância se acentua com relação à média geral. Apenas em entidades sem fins lucrativos é que as mulheres recebem um pouco mais próximo ao que recebem os homens assalariados.

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  • Na Administração Pública, uma mulher recebe o equivalente a 79% do salário de um homem. Este setor é o que melhor remunera os trabalhadores assalariados, com uma mulher ganhando, em média, R$ 4.659,99 e um homem, R$ 5.898,68;
  • Em Entidades Empresariais, uma mulher recebe o equivalente a 77,6% do salário de um homem. Este é o setor com remuneração mais baixa para trabalhadores assalariados, com uma mulher ganhando, em média, R$ 2.644,72 e um homem, R$ 3.407,87;
  • Em Entidades sem fins lucrativos, uma mulher recebe o equivalente a 91,5% do salário de um homem. Em média, uma mulher ganha R$ 3.074,18 por mês, e um homem, R$ 3.361,37.

Em nenhuma das naturezas jurídicas, há equiparação salarial ou a mulher recebendo mais que o homem.

No geral, a força de trabalho assalariada é formada 54,7% por homens e 45,3% por mulheres.  

Remuneração por atividade econômica

O CEMPRE constatou que, em 2022, havia 9,4 milhões de empresas, que ocuparam 66,3 milhões de pessoas. Mas, desse total, apenas 2,9 milhões empregava pessoas assalariadas, sendo o restante formadas apenas por sócios e proprietários.

O salário médio mensal, em 2022, foi R$ 3.542,19. Entre as atividades econômicas, os maiores valores foram pagos pelo setor de Eletricidade e gás (R$ 8.312,01), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 8.039,19) e Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 6.851,77).

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“Apesar de tais atividades pagarem salários médios mensais mais elevados, ocuparam, juntas, 1,3 milhão de pessoas, ou seja, somente 2,6% do pessoal ocupado assalariado”, destaca o analista da pesquisa do IBGE, Eliseu Oliveira.

Os menores salários médios mensais foram pagos por Alojamento e alimentação (R$ 1.769,54), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 2.108,28) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 2.389,15).

“Essas atividades que pagaram salários médios mensais menores, absorveram juntas cerca de 7,6 milhões de pessoas, ou seja, 15,2% do pessoal ocupado assalariado”, pontua.

Remuneração por grau de instrução

Em análise por escolaridade, verificou-se que 76,6% do pessoal ocupado assalariado não tinha nível superior e 23,4%, tinha. O pessoal ocupado assalariado sem nível superior recebeu, em média, R$ 2.441,16 e o com ensino superior, R$ 7.094,17, aproximadamente três vezes mais.

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“Sob outra ótica, é possível avaliar que o pessoal ocupado assalariado sem nível superior recebeu, em média, 2,0 salários mínimos, ao passo que o pessoal com nível superior, 5,9 salários mínimos”, complementa o pesquisador Eliseu Oliveira.

Apenas duas atividades apresentaram maior participação de pessoas com nível superior: Educação (64,3%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (60,6%), Administração pública, defesa e seguridade social (47,4%) completa o ranking dos três setores que mais ocupam pessoas com essa escolaridade.

Fonte: Redação Terra
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