BRASÍLIA - O aumento dos incêndios na Amazônia que colocou o Brasil no centro de uma crise ambiental mundial levou multinacionais a questionarem o Ministério da Agricultura sobre a procedência da produção agropecuária do País. Segundo fontes, empresas fizeram uma consulta informal ao governo questionando se os produtos que elas compram do Brasil vêm ou não de áreas desmatadas.
Segundo o Estadão/Broadcast apurou, indústrias de alimento europeias que atuam ao redor do globo enviaram nas últimas semanas perguntas à pasta chefiada por Tereza Cristina sobre soja, óleos e carne processada. Uma fonte a par do assunto disse que as dúvidas foram respondidas "satisfatoriamente".
Apesar de Tereza Cristina minimizar os efeitos da crise para o setor, ela tem visitado parceiros comerciais estratégicos, buscado novos mercados e tem ouvindo, principalmente, de países asiáticos a necessidade de fomentar a sustentabilidade no agronegócio brasileiro.
Não à toa que esse tem sido um dos motes de seus discursos. Na abertura da 9.ª Reunião de Ministros da Agricultura do Brics - bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, no início desta semana, em Bonito (MS), a ministra disse que o agronegócio brasileiro trabalha incessantemente para promover iniciativas como a recuperação de pastagens degradadas, a ampliação das áreas de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta, a adoção de técnicas de fixação biológica de nitrogênio e o uso de tecnologias de tratamento de resíduos animais.
Ela viaja de 2 a 8 de outubro à Alemanha e Suíça. Em Colônia (Alemanha), participa da Anuga Food Fair 2019 e de reunião com a ministra federal da Alimentação e da Agricultura daquele país.