BRASÍLIA - A Marinha divulgou um vídeo questionando se há "privilégios" no órgão, após entrar na mira do pacote de corte de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo apresentou o pacote na última semana. Uma das propostas é estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria especial das Forças Armadas, além de acabar com outras regras classificadas pela equipe econômica como "privilégios".
Na peça publicitária, aparecem militares em treinamento, trabalhando em enchentes, estudando, mergulhando e encenando uma situação em que um navio afunda, enquanto outras pessoas fazem festa, aproveitam a praia, viajam e comemoram aniversário com a família.
O vídeo encerra com uma militar falando: "Privilégios? Vem para a Marinha!"
Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar. #DiaDoMarinheiro #VemPraMarinha pic.twitter.com/ItibdCLh3j
— Marinha do Brasil (@marmilbr) December 1, 2024
A peça foi produzida em alusão ao Dia do Marinheiro, que é comemorado no dia 13 de dezembro. Procurado, o órgão não se manifestou.
A cúpula da Marinha há havia divulgado um comunicado em que questiona a idade mínima para a reserva remunerada proposta pelo governo, conforme o Estadão revelou. O pacote prevê idade mínima de 55 anos. Atualmente, o critério é apenas pelo tempo de serviço, de 35 anos.
O governo anunciou o corte de gastos com quatro medidas que atingem os militares: a idade mínima; a extinção da transferência de pensão; a remuneração fixa de 3,5% para o Fundo de Saúde; e o fim da morte ficta (fictícia), que é a pensão para famílias de militares expulsos.
A proposta para as Forças Armadas foi enquadrada pela equipe econômica como um item de "equilíbrio fiscal e fim de iniquidades" na apresentação feita à imprensa.
O objetivo, de acordo com o governo Lula, é "corrigir distorções existentes em benefícios no poder público em relação ao resto da sociedade". A equipe do Poder Executivo calcula que será possível economizar R$ 1 bilhão por ano com as mudanças nas forças militares.