Um levantamento da Serasa Experian, entre os meses de abril e fevereiro de 2024, identificou quase 3,9 milhões de tentativas de golpes usando RGs e CNHs falsos, em uma amostra de 104,3 milhões de transações. Com isso, segundo a instituição, uma tentativa de fraude de documento é registrada a cada 7 minutos no Brasil.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
As fraudes são feitas através de duas modalidades: tentando adulterar documentos verdadeiros, com sobreposição de foto de forma manual ou usando Inteligência Artificial (IA), para se aproximar da imagem real; e tentativa de montagem de documentos falsos, já com a foto do golpista, mas com informações verídicas de alguma vítima (nome, CPF, data de nascimento, filiação etc.).
A Serasa percebeu que a maioria das tentativas de fraude ocorriam na fase de abertura de conta em uma instituição financeira. Assim, os desbancarizados, que são aqueles que não possuem conta em banco, são os mais afetados.
De acordo com o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha, “as pessoas que não possuem contas em banco são as vítimas principais dos criminosos porque não possuem registros financeiros, ou seja, têm uma menor utilização de suas informações pessoais e biometria facial, garantindo menos incidência nas tecnologias de segurança, o que aumenta as chances de o golpe dar certo”, expõe.
Ainda de acordo com o estudo, os documentos analisados que pertenciam a homens foram os que mais indicaram fraudes no período, com 44,7%, contra 36,6% de mulheres. A faixa etária mais comum das vítimas foi de 16 a 35 anos (45,5%).
Já a visão por segmento das tentativas de fraude indica que “Meios de Pagamento” (49,0%) e “Bancos e Cartões” (27,32%) foram os mais visados. Confira, nos gráficos a seguir, o detalhamento por faixa etária, gênero e setores:
RG é documento mais fraudável
Ainda de acordo com a análise da Serasa, o RG é o documento mais fraudável do país. Por serem diferentes em cada estado, acaba facilitando a atuação dos fraudadores.
A instituição acredita que a implementação da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), poderá contribuir para mitigar as fraudes de documentos, pois a padronização do documento em nível nacional permitirá que as tecnologias de análise identifiquem marcações fraudulentas com mais precisão, facilitando a identificação e verificação de autenticidade.
Como empresas e consumidores podem garantir a segurança de documentos
A prevenção ainda é o melhor método contra fraudes de documento. Do lado das empresas, a Serasa considera que é necessário contar com ferramentas de segurança que utilizam tecnologia de camadas capazes de cobrir todas as regras e padrões do país.
“Mesmo que um documento falso possa passar por uma etapa de validação inicial, é essencial que as soluções de segurança continuem a evoluir e se adaptar para detectar indícios de fraude em etapas subsequentes, garantindo a proteção tanto da empresa quanto dos consumidores”, comenta Caio Rocha.
Do lado dos consumidores, a Serasa indica que, além de escolher empresas que adotam camadas de proteção eficazes, algumas medidas são importantes, como:
- Guardar os documentos em locais seguros e evitar compartilhar informações pessoais desnecessárias;
- Assinaturas eletrônicas são uma forma segura e eficiente de garantir a autenticidade de documentos importantes, pois é reconhecida mundialmente e, no Brasil, é regulamentada pela Lei nº 14.063/2020;
- Utilizar recursos tecnológicos, como validação online, para verificar a autenticidade de documentos públicos com o VALIDAR, um serviço mantido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI);
- Antes de fornecer qualquer informação, verificar a necessidade e a confiabilidade da solicitação e não compartilhar documentos de forma arbitrária