A Nestlé está nos trâmites finais da negociação para a compra da Kopenhagen, por valor próximo a R$ 4,5 bilhões. A venda, que ainda não foi assinada, faz parte de um processo de desinvestimento do fundo americano Advent, que busca liberar recursos para novas oportunidades no varejo. A expectativa é que o negócio seja anunciado oficialmente nas próximas horas.
No mês passado, o fundo de investimentos vendeu 85% de sua participação no Carrefour com uma visão parecida. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, os recursos devem ser direcionados para investir em redes regionais varejistas ou de atacarejos.
O fundo americano Advent comprou a Kopenhagen em 2020. Este ano contratou o Goldman Sachs para estudar "alternativas estratégicas" para a empresa de chocolates. Na mesa, havia a opção também por uma abertura de capital (IPO). Já a Nestlé foi assessorada pelo UBS BB.
Além da Nestlé, a Kopenhagen foi oferecida ainda a outros compradores, como a Cacau Show. O nome da Nestlé vinha circulando nos últimos dias entre banqueiros da Faria Lima como um dos favoritos para a compra da Kopenhagen.
Uma das dúvidas era se a empresa suíça estaria disposta a enfrentar novamente reguladores brasileiros, após um trâmite de mais de 20 anos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da compra da Garoto, anunciada em 2002 e aprovada só em 2023.
Recentemente, a Nestlé anunciou que vai investir R$ 2,7 bilhões em suas fábricas de biscoitos e chocolates no Brasil até 2026. No último ciclo, de 2019 a 2022, o valor aportado pela empresa no País foi bem menor, próximo a R$ 1 bilhão. Para se ter uma ideia da relevância do número, o total a ser investido nesses três anos no País representa mais de 50% do que a Nestlé vai investir no mundo em chocolates e biscoitos.