O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (14/04) que "ninguém vai proibir o aprimoramento" das relações entre o Brasil e a China.
A declaração foi feita no início do encontro do brasileiro com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.
"Ontem (quinta-feira, 13/4), fizemos uma visita à Huawei numa demonstração de que nós queremos dizer ao mundo que não temos preconceito na nossa relação como os chineses e que ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China", disse Lula a Xi Jinping.
A declaração de Lula acontece em meio ao recrudescimento das relações entre a China e os Estados Unidos e à pressão dos americanos sobre empresas chinesas de tecnologia.
Nos últimos anos, a pressão atingiu a Huawei, que é uma das maiores empresas chinesas.
Em 2022, o governo americano proibiu a importação de equipamentos de telecomunicação produzidos por diversas empresas chinesas, entre elas a Huawei. Os Estados Unidos alegam que haveria riscos "inaceitáveis" à segurança nacional.
Entre 2019 e 2021, os Estados Unidos pressionaram, nos bastidores, o governo brasileiro a não aceitar a participação da Huawei na licitação para a construção da rede que forneceria a tecnologia 5G, da qual a empresa chinesa é líder.
A fala de Lula vem numa sequência de recados sobre a importância que ele afirma dar às relações com a China.
Mais cedo, durante encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular da China, Zhai Leji, Lula disse defender uma parceria geopolítica com a China para mudar a governança mundial.
"Nossos interesses na relação com a China não são apenas comerciais [...] Temos interesses políticos e nós temos interesses em construir uma nova geopolítica para que a gente possa mudar a governança mundial dando mais representatividade às Nações Unidas", disse Lula.