SÃO PAULO - A economia brasileira já sinaliza uma "ligeira virada", constatada em indicadores próprios do governo, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta terça-feira, 16. O ministro ponderou, no entanto, que a melhora ainda é muito marginal, já que o País apenas começou a avançar com reformas estruturais, como a da Previdência. Guedes conversou com a imprensa após sua chegada em Santa Fé, na Argentina, onde acontecerá a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.
Em relação à reforma da Previdência, o ministro evitou fazer comentários incisivos sobre a proposta aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, mas voltou a defender a mudança do sistema de repartição, que "está condenado", para o de capitalização, que colocaria o Brasil "em um eixo de crescimento".
Pressionado para comentar sobre a reforma, Guedes enfatizou que sua satisfação com o texto atual é "absolutamente previsível", emendando que o projeto original do governo previa uma economia fiscal de R$ 1,1 trilhão em dez anos. "Você acha que eu estou mais satisfeito ou menos?", questionou.
Ainda sobre a Previdência, o ministro fez elogios ao Congresso pelo esforço empreendido para dar andamento à proposta e lembrou que ela ainda precisa passar por votação em segundo turno na Câmara e pelo Senado. "Acho que (no Senado) tem possibilidade também não só de ratificar a vitória, como até estender a uma nova dimensão. Pode ser (a inclusão de) Estados e municípios, vamos ver o que acontece."
Mercosul
Sobre o Mercosul, Guedes afirmou que as conversas no âmbito do bloco podem virar uma prioridade agora que a reforma da Previdência já está mais encaminhada. "Ou o Mercosul vira uma ferramenta para integrar as economias latino-americanas em torno de uma economia moderna, em torno de crescimento econômico, maior abertura, aumento de competitividade e produtividade, ou o Mercosul não nos interessa", declarou.
Questionado sobre potenciais efeitos da eleição presidencial na Argentina sobre o bloco, Guedes preferiu não fazer especulações. "Não sabemos. Sabemos o que nós gostamos. Queremos um Mercosul que seja um veículo para modernização e abertura das economias".