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Novo estímulo fiscal da China fica aquém das expectativas após vitória de Trump

8 nov 2024 - 12h00

Os investidores que esperavam que a China anunciasse medidas fiscais voltadas para uma economia que se prepara para outra Presidência de Donald Trump nos Estados Unidos ficaram desapontados nesta sexta-feira.

O principal órgão legislativo da China, o comitê permanente do Congresso Nacional do Povo, fez o que era esperado, aprovando projetos de lei para permitir que os governos locais aloquem 10 trilhões de iuanes (1,40 trilhão de dólares) para reduzir a dívida fora do balanço, ou "oculta".

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Mas investidores haviam construído sua expectativa em torno do momento do encontro e da vitória de Trump apenas alguns dias antes e, portanto, esperavam algo especial para evitar outra rodada de tensões sino-americanas e barreiras comerciais.

"Acho que os mercados estão decepcionados, pois havia rumores de que a política poderia ser ampliada se Trump ganhasse a eleição nos EUA", disse Lynn Song, economista-chefe do ING para a Grande China.

A Reuters já havia informado na semana passada que as autoridades estavam considerando um plano de mais de 10 trilhões de iuanes para impulsionar o crescimento e ajudar os governos locais a lidar com os riscos de endividamento.

Depois de confirmar isso nesta sexta-feira, o ministro das Finanças chinês, Lan Foan, sinalizou que haverá mais estímulos.

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Analistas afirmam que a China precisa fazer mais para apoiar os consumidores, uma vez que a segunda maior economia do mundo está enfrentando uma crise no mercado imobiliário e uma confiança fraca, além de cumprir a meta de crescimento de 5%.

O retorno de Donald Trump à Casa Branca pode trazer novos obstáculos. Entre outras medidas, Trump prometeu adotar tarifas de 60% sobre as importações de produtos chineses.

"Isso vai decepcionar o mercado porque a China precisa essencialmente de mais", disse Carlos Casanova, economista sênior do UBP para a Ásia.

Casanova disse que a China precisa de um pacote de 23 trilhões de iuanes para resolver a dívida local e os problemas imobiliários, o que representa cerca de 15% de sua economia, e provavelmente "vai conter parte desse poder de fogo até ter uma ideia melhor do que o presidente Trump está planejando".

Pequim vem aumentando os esforços para impulsionar a economia. Desde o final de setembro, o país implementou cortes nas taxas de juros e medidas imobiliárias e deu início a um pacote de resgate sem precedentes de 800 bilhões de iuanes (111,60 bilhões de dólares) para o mercado de ações.

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