Em seu mais novo relatório sobre a Gol (GOLL4), os analistas do BB-BI elevaram a recomendação para as ações da companhia de venda para neutra, com preço-alvo de R$ 1,20.
Recentemente, a companhia aérea divulgou um plano de negócios de cinco anos, focado em investimento em motores, crescimento da frota, expansão da malha aérea e ganho de eficiência. O relatório prevê que a maior parte das metas será alcançada até 2025, mas alerta para a incerteza de projeções além desse período.
Um ponto crítico citado pelo BB-BI é a saída do processo de recuperação judicial da Gol ("Chapter 11"), considerada essencial para a continuidade da empresa. O modelo assume um cenário benigno, com captação de US$ 2 bilhões em dívida e US$ 1,5 bilhão em novas ações até 2025, suficientes para liquidar o financiamento DIP e refinanciar parte das dívidas. No entanto, isso resultaria em uma diluição de mais de 95% dos acionistas atuais.
As projeções financeiras incluem receita líquida de R$ 18,3 bilhões (2024) e R$ 22,3 bilhões (2025), com crescimento anual composto (CAGR) de 9,04%. O EBITDA estimado é de R$ 4,3 bilhões (2024) e R$ 6,3 bilhões (2025), com CAGR de 11,8%, enquanto o lucro líquido seria de R$ 875 milhões (2024) e R$ 710 milhões (2025), levando a margens EBITDA de 23% e 28%, respectivamente.
As previsões do BB-BI para a GOLL4 são baseadas em um aumento de oferta no mercado internacional (taxa de ocupação de 83,8%) e uma recuperação gradual no mercado doméstico (taxa de ocupação de 82,7%).
A recomendação neutra para as ações da Gol, segundo o BB-BI, reflete um cenário onde a saída do Chapter 11 ocorre e o desempenho operacional atinge as expectativas, o que aliviaria as despesas financeiras, mas com impacto significativo para os acionistas. O relatório reconhece a possibilidade de um cenário adverso, mas vê um espaço menor de queda.
Entre os principais riscos para a Gol, a análise cita oferta de voos e demanda aquém do esperado, variações no preço do petróleo e câmbio e possíveis desdobramentos das negociações do Chapter 11 que podem influenciar o custo de capital, endividamento e caixa da companhia.