O Nubank registrou lucro líquido de 303 milhões de dólares no terceiro trimestre, disparada frente ao lucro de 7,8 milhões de dólares no mesmo período de 2022, diante de receita recorde e expansão na carteira de crédito, conforme balanço divulgado nesta terça-feira.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 288,2 milhões de dólares, segundo dados da LSEG.
Na base ajustada, o lucro atingiu 355,6 milhões de dólares, ante lucro de 63,1 milhões de dólares um ano antes.
A receita do Nubank ficou em 2,1 bilhões de dólares, novo recorde da companhia, mas praticamente em linha com a expectativa de analistas. O montante representa alta de 53% na comparação ano a ano, em base neutra de câmbio.
O Nubank atribuiu o aumento de receita ao efeito combinado do crescimento do número de clientes e aos níveis mais elevados de monetização da base.
O número de clientes alcançou 89,1 milhões no trimestre -- e, posteriormente, ultrapassou os 90 milhões em outubro --, ante 83,7 milhões no fim de junho.
O banco digital também teve uma elevação na receita mensal média por cliente ativo de 18%, para 10 dólares, em base anual e neutra de câmbio.
Na mesma base, a carteira de crédito total do Nubank foi a 15,4 bilhões de dólares, avanço de 48,1% ano a ano, enquanto a margem financeira líquida (NII) alcançou 1,2 bilhão de dólares, mais do que dobrando.
A grande maioria dos clientes do Nubank está no Brasil, onde o banco foi fundado há cerca de uma década. Mas o banco digital vem expandindo operações para outros países, como México e Colômbia.
No México, o Nubank enxerga que a operação pode se tornar "tão relevante, se não mais relevante para a gente, do que o Brasil", disse o diretor financeiro, Guilherme Lago, à Reuters.
Ele afirmou que o México se encontra numa "fase ainda muito embrionária nessa jornada inevitável de digitalização e inclusão financeira", salientando que a penetração bancária no país ainda está muito abaixo em comparação ao Brasil.
"O México é uma maratona, não um sprint de 100 metros", acrescentou Lago. A base de clientes do Nubank era de 4,3 milhões no México no final do trimestre.
No Brasil, a inadimplência acima de 90 dias do Nubank foi a 6,1% no trimestre encerrado em setembro, de 5,9% no segundo trimestre e 4,7% no mesmo período de 2022. A inadimplência de curto prazo, entre 15 e 90 dias, ficou em 4,2%, de 4,3% na base trimestral e estável ano a ano.
Os custos de serviços financeiros e transacionais somaram 1,2 bilhão de dólares no trimestre, aumento de 29,6% em comparação anual e base neutra de câmbio, diante do crescimento de operações, em especial na Colômbia e no México, e de maior taxa de juros no Brasil.
No entanto, os custos diluíram como percentual da receita em 10 pontos percentuais, para 57%.