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O que é deflação? Ela é boa ou ruim para a economia?

Brasil registra IPCA negativo pela 17ª vez desde o início do Plano Real, em 1994

10 set 2024 - 10h00
(atualizado às 10h24)
Foto: iStock

Em um País como o Brasil, que lutou por anos a fio contra a hiperinflação, pensar em deflação ainda pode soar meio estranho. Mas ela dá as caras de vez em quando. Acabou de acontecer em agosto, pela 17ª vez desde o início do Plano Real - a queda foi de 0,02%. Mas, afinal, o que é deflação, e qual seu impacto para a economia?

A deflação se caracteriza pela queda generalizada dos preços durante um determinado período de tempo - é o oposto da inflação. Em geral, está associada a uma queda da demanda pelos produtos, seja porque a oferta de bens e serviços cresceu mais do que a procura, seja porque os consumidores ficaram mais retraídos em relação aos gastos (preferindo elevar o nível de poupança, por exemplo).

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Não é o caso da deflação brasileira registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto. O item que mais retraiu a inflação foi os preços da energia elétrica residencial, que caíram 2,77% no mês, com o retorno para bandeira tarifária verde. Além disso, itens de Alimentação e bebidas também contribuíram para uma queda acentuada dos preços na categoria Habitação, em que, no geral, ficaram 0,51% mais baratos.

Para o mês de setembro, porém, a bandeira tarifária vermelha de patamar 1, que foi acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deve impactar novamente o IPCA, dessa vez com aumento de preços.

Para os consumidores, deflação pode parecer uma coisa boa, já que significa redução de gastos e mais dinheiro no bolso. Mas uma deflação persistente não é um bom sinal quando se pensa na economia como um todo. É um sinal de debilidade da atividade econômica.

Quando há excesso de oferta de bens, ou ausência de demanda, há um aumento da capacidade ociosa na produção, e investimentos em novas fábricas, ou ampliação de linhas, por exemplo, deixam de fazer sentido. Um dos efeitos disso acaba sendo o aumento do desemprego. O remédio para combater esse quadro costuma ser o aumento dos gastos públicos, que pode levar a um endividamento maior do Estado. Ou seja, torcer para uma deflação permanente pode não ser uma boa ideia.

Veja a seguir os meses em que o País registrou deflação desde o início do Real, segundo o IBGE:

Agosto/1997: -0,02%

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Julho/1998: -0,12%

Agosto/1998: -0,51%

Setembro/1998: -0,22%

Novembro/1998: -0,12%

Junho/2003: -0,15%

Junho/2005: -0,02%

Junho/2006: -0,21%

Junho/2017: -0,23%

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Agosto/2018: -0,09%

Novembro/2018: -0,21%

Setembro/2019: -0,04%

Abril/2020: -0,31%

Maio/2020: -0,38%

Julho/2022: -0,68%

Junho/2023: - 0,08%

Agosto/2024: - 0,02%

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*com informações de Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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