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O que muda com a eleição de Milei na Argentina? País ficará caro para turistas brasileiros?

Argentina vive uma profunda crise econômica, com inflação nas alturas, diversos câmbios diferentes e parte da população na pobreza

23 nov 2023 - 17h36
Javier Milei toma posse como novo presidente da Argentina 10 de dezembro.
Javier Milei toma posse como novo presidente da Argentina 10 de dezembro.
Foto: Getty Images

Os brasileiros que tiverem intenção de visitar a Argentina nos próximos meses ainda encontrarão um país em crise econômica, com inflação e taxas de juros nas alturas, diversos câmbios diferentes e parte da população na pobreza. Isso é o que avaliam economistas ouvidos pelo Terra, que analisaram o cenário diante da eleição do novo presidente, Javier Milei.

Para a economista Carol Vasconcelos, que é diretora Comercial da FHE Ventures, a Argentina continua como um excelente destino para os turistas brasileiros no curto e médio prazo. “Se você pensa em ir visitar a Argentina, pode ser um bom momento. Isso porque, com a desvalorização do peso, o real ganha um grande poder de compra”, afirma em conversa com a reportagem. 

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Um pouco mais cauteloso, Diogo Catão, que também é economista, evita desenhar um cenário 100% favorável para os turistas, mas diz que a desvalorização do peso argentino em relação ao real aumenta o poder de compra do brasileiro que, consequentemente, vai conseguir gastar melhor em viagens, hospedagens, alimentação e atividades turísticas como um todo.

Embora tenha uma proposta de dolarizar a economia argentina por conta da desvalorização do peso, Milei precisará do apoio do Congresso para emplacar as reformas e projetos que prometeu em campanha. A atual composição não favorece o presidente eleito. São 257 assentos e o bloco peronista possui 108, do Macri tem 93 e o La Libertad, do Milei, possui apenas 38 representantes.

“Eu creio que é muito cedo ainda para falar na alteração do comportamento do câmbio do peso para o real brasileiro e o impacto para os turistas brasileiros", pontua Catão, avaliando o clima após as eleições argentinas. "Acho que precisamos esperar um pouco mais para ver como é o poder dele [Milei] de negociação. No entanto, é verdade que a desvalorização do peso favorece o turista brasileiro”, acrescenta o economista e também CEO da Dome Ventures.

Atualmente, R$ 1 é o equivalente a 73 pesos argentinos. É preciso lembrar para quem vai tirar a tão sonhada viagem do papel, no entanto, que os comerciantes argentinos costumam a cobrar os valores em espécie, e o que está no cardápio ou na etiqueta podem mudar seu valor na hora da compra, por causa da inflação.

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Argentina em números 

Vitorioso nas eleições, Milei toma posse em 10 de dezembro. Ele assumirá o comando do País com uma inflação de 142,7% (acumulada em 12 meses), uma taxa de juros de 133% ao ano e uma  dívida bruta de 88% do Produto Interno Bruto (PIB). 

A inflação da Argentina é maior entre os países do G20. A inflação do país só é inferior a da Venezuela (333%). A perda do poder de compra levou o país a ter 40,1% da população em situação de pobreza. No 2º semestre, havia 11,8 milhões de pessoas que não tinham dinheiro suficiente para custear as próprias despesas.

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Fonte: Redação Terra
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