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OCDE: Brics aumentaram participação no PIB global

Estudo da OCDE aponta, no entanto, que o bloco adina está longe de atingir o nível de renda por habitante das economias desenvolvidas

1 mai 2014 - 13h28
(atualizado às 13h28)

Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), com base em dados do Banco Mundial, mostra que os países dos Brics aumentaram sua participação no PIB global, mas ainda estão longe de atingir o nível de renda por habitante das economias desenvolvidas.

"Os emergentes ainda têm um longo caminho a percorrer para atingir o nível de renda por habitante dos países ricos", disse à BBC Brasil Francette Koechlin, responsável da unidade de poder de compra da direção de estatísticas da OCDE.

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O estudo leva em conta a paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês) em nível mundial. Ela é considerada mais pertinente para fazer comparações internacionais da atividade econômica, segundo a OCDE, por excluir dos cálculos as taxas de câmbio, eliminando dessa forma as diferenças de preços entre os países.

"O tamanho da economia dos emergentes é cada vez maior em relação ao PIB mundial, mas quando levamos em conta a renda por habitante, baseada no poder de compra, vemos que há uma enorme diferença entre os países da OCDE (desenvolvidos) e os emergentes", diz Koechlin.

O PIB por habitante nos países da OCDE, levando-se em conta a paridade do poder de compra, representa duas vezes e meia a média mundial desse indicador.

Segundo os cálculos, que fixam a paridade do poder de compra igual a 100, o PIB por habitante nos países da OCDE atinge o índice de 266. Na China, segunda maior economia mundial, o índice de PIB por habitante é de apenas 75.

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No Brasil, ele está levemente acima da média mundial, com 109 pontos. A Índia, com 35, a África do Sul (90) e a Indonésia (63), que também tiveram crescimento significativo de suas economias nos últimos anos, estão abaixo da média mundial em relação ao PIB por habitante.

Consumo por habitante

Outro indicador importante do estudo é o nível de "consumo individual efetivo", que segundo a OCDE representa uma melhor referência para comparações internacionais sobre o "bem-estar material" dos lares.

"Os dados sobre o consumo indicam se as pessoas têm um nível de vida razoável em relação ao PIB do país", ressalta Koechlin.

Também nesse critério, os emergentes continuam bem abaixo dos países ricos.

Nos Estados Unidos, primeira economia mundial, o índice de consumo individual efetivo por habitante é quatro vezes maior do que a média mundial.

Na China, segunda maior economia do planeta, esse índice de consumo individual representa apenas a metade da média mundial.

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"O consumo individual efetivo por habitante nas grandes economias emergentes mostra variações importantes", afirma a OCDE.

Enquanto a China representa a metade e a Índia apenas cerca de um terço da média mundial de consumo, no Brasil e na Rússia os indicadores sobre o consumo efetivo por habitante estão ligeiramente acima da pontuação média.

Considerando-se a base de comparação igual a 100, o Brasil atinge 115 e, a Rússia, 175.

Na OCDE, o índice de consumo por habitante é de 295 e, nos Estados Unidos, de 432.

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