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OCDE eleva previsão do PIB do Brasil de 1,9% para 2,9% em 2024

Segundo organização, previsão é que o País mantenha o impulso econômico do primeiro semestre 'auxiliado por maior gasto fiscal'; estimativa de inflação subiu de 4% para 4,4%

25 set 2024 - 09h01
(atualizado às 10h08)
OCDE prevê que Brasil mantenha 'sólido impulso econômico' observado no primeiro semestre de 2024
OCDE prevê que Brasil mantenha 'sólido impulso econômico' observado no primeiro semestre de 2024
Foto: Filipe Araújo/Estadão / Estadão

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano e para 2025. Para 2024, a estimativa passou de expansão de 1,9% para 2,9%, enquanto que, para o próximo ano, foi de 2,1% para 2,6%, segundo o relatório Perspectiva Econômica de setembro.

"A previsão é de que o Brasil deverá manter o sólido impulso econômico observado no primeiro semestre de 2024, auxiliado por maior gasto fiscal", diz o texto.

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Para a inflação no Brasil, a OCDE elevou a estimativa de 4% para 4,4% neste ano e de 3,3% para 4% em 2025. O relatório aponta que o índice de preços ao consumidor no País e no México têm subido, em parte devido à desvalorização cambial.

"O recente ressurgimento das pressões de preços no Brasil significa que a inflação será um pouco maior no final de 2025 do que o esperado, embora ainda dentro da banda da meta da inflação do Banco Central", diz o relatório.

Ainda segundo o estudo, a desvalorização cambial no Brasil, na Argentina, na Turquia e no México "tem apoiado receitas de exportação", mas também elevou os custos financeiros do pagamento de dívidas denominadas na moeda dos Estados Unidos.

A OCDE ressalta que as taxas de juros reais de longo prazo estão elevadas no Brasil e também nos Estados Unidos, na zona do euro e no Reino Unido.

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PIB mundial

A OCDE elevou também a projeção do crescimento da economia mundial de 3,1% para 3,2% em 2024 e manteve a previsão de expansão de 3,2% para 2025. A entidade fez avaliação semelhante para os países membros do G20, cuja estimativa para o PIB subiu de 3,1% para 3,2% neste ano e foi mantida em 3,1% para 2025.

Segundo o relatório Perspectiva Econômica de setembro, a OCDE manteve a previsão de alta do PIB dos Estados Unidos em 2,6% neste ano e reduziu de 1,8% para 1,6% em 2025. Em relação à zona do euro, a entidade não alterou a estimativa do crescimento de 0,7% em 2024, mas reduziu a projeção para 2025, de 1,5%, para 1,3%. Para a China, as expectativas de expansão em 2024 e 2025 permaneceram em 4,9% e 4,5%, respectivamente. No caso do Japão, ocorreu uma redução de 0,5% para -0,1% em 2024 e uma elevação de 1,1% para 1,4% em 2025.

"Recentes indicadores de atividade sugerem continuidade do impulso (econômico), especialmente nos setores de serviços. A expansão do salário real está apoiando a renda e os gastos das famílias, embora em vários países o poder de compra não retornou aos níveis anteriores à pandemia", diz o relatório. "O comércio global está se recuperando mais rápido do que o previsto, mas os custos de transporte (de mercadorias) continuam elevados e as exportações moderaram."

A OCDE prevê queda da inflação em diversos países neste ano. Nos Estados, a previsão para 2024 é de 2,4%, pouco abaixo dos 2,5% divulgados em maio, enquanto para 2025 caiu de 2,0% para 1,8%. Para o G20, a projeção recuou de 5,9% para 5,4% neste ano e de 3,6% para 3,3% em 2025. Na zona do euro, a estimativa para o índice de preços ao consumidor subiu de 2,3% para 2,4% neste ano e recuou de 2,2% para 2,1% em 2025. Em relação à China, a expectativa ficou estável para a inflação em 2024, quando deverá ser de 0,3%, e recuou de 1,3% para 1,0% em 2025. No caso do Japão, a projeção passou de 2,1% para 2,5% em 2024 e subiu de 2,0% para 2,1% no próximo ano.

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Segundo o relatório, a inflação relativa a mercadorias em diversos países caiu para patamares baixos, mas continua elevada a inflação de serviços, que "ainda precisa baixar 1 ponto porcentual em várias economias para levar o núcleo da inflação para taxas consistentes com a meta".

Segundo a OCDE, o núcleo da inflação nos Estados Unidos atingirá 2% no próximo ano, uma redução da projeção anterior de 2,1%. Em 2024, a estimativa foi de 2,6% para 2,7%. No caso da zona do euro, a expectativa é de que o núcleo do índice de preços ao consumidor atingirá 2,2% no próximo ano, pouco acima da previsão de 2,1% divulgada em maio. Para 2024, a previsão subiu de 2,6% para 2,8%. Em relação às economias avançadas do G20, a estimativa para o indicador aumentou de 2,5% para 2,7% em 2024 e ficou estável em 2,1% em 2025.

"À medida que a inflação cai e pressões no mercado de trabalho diminuem ainda mais, as reduções de (juros) devem continuar, embora o tempo e o escopo delas precisarão manter a dependência de dados e ser cuidadosamente avaliados a fim de garantir que as pressões inflacionárias subjacentes sejam contidas de maneira duradoura."

Na avaliação da OCDE, há significativos riscos para a economia mundial. "Persistentes tensões comerciais e geopolíticas podem crescentemente prejudicar investimentos e elevar preços de importações." O relatório destacou que a expansão do PIB de vários países pode desacelerar mais rápido do que o esperado com a perda de força do mercado de trabalho. Além disso, desvios no processo de "desinflação suave" pode deflagrar rupturas em mercados financeiros. Por outro lado, a retomada da renda real das famílias em diversas nações pode ser um grande reforço para a confiança e os gastos dos consumidores.

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Para a OCDE, "ações fiscais decisivas são necessárias" por diversos países para assegurar a sustentabilidade da dívida pública, permitir que governos possam reagir a futuros choques e gerar recursos para conter pressões de alta de despesas.

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