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Oi deve fazer nova venda de torres de celular este ano

Contudo, presidente da empresa evitou dar detalhes sobre o aguardado processo de capitalização da companhia

19 fev 2014 - 11h52

O grupo de telecomunicações Oi continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira e estima fazer uma nova venda de torres de telefonia celular este ano, afirmou o presidente-executivo da companhia, Zeinal Bava, nesta quarta-feira.

O executivo, porém, evitou dar detalhes sobre o aguardado processo de capitalização da companhia durante teleconferência com analistas do setor. Bava apenas reafirmou que espera que a operação seja concluída ao final do segundo trimestre.

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A injeção de recursos é parte do plano da Oi para se fundir com a Portugal Telecom em uma operação para reduzir a dívida de mais de R$ 30 bilhões da companhia.

Na semana passada, a empresa disse que um grupo de instituições financeiras do Brasil e internacionais deverá participar da capitalização com R$ 6 bilhões, além dos R$ 2 bilhões prometidos pelos acionistas controladores e por um veículo de investimento.

"O mercado está mais preocupado com a reestruturação da companhia e sua dívida, que não para de subir, do que propriamente com o resultado operacional, que veio um pouco abaixo do esperado", afirmou a XP Investimentos em nota.

"A preocupação permanece com relação ao endividamento da companhia, que atingiu nível de dívida líquida sobre lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 4 vezes", acrescentou a corretora.

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Apesar da Oi ter divulgado mais cedo lucro líquido de quarto trimestre quase três vezes maior sobre um ano antes, o valor foi catapultado por ganho não recorrente de R$ 1,5 bilhão gerados com a venda da empresa de cabos submarinos Globenet no ano passado.

As ações preferenciais da Oi exibiam leve alta no início dos negócios desta quarta-feira de 0,5%, cotadas a R$ 4,02. O Ebitda da companhia no quarto trimestre disparou 39%, mas excluindo o efeito da Globenet houve queda de 9% sobre um ano antes, com receita recuando 2,4%.

Zeinal, no comando da Oi desde meados do ano passado, afirmou durante a teleconferência que os resultados do esforço de redução de custos e melhora de eficiência da empresa deverão ser sentidos no médio a longo prazos e que a empresa segue focada em redução de sua dívida.

Parte desta atenção foi a adesão ao programa de refinanciamento fiscal do governo (Refis), que gerou ganhos para o resultado financeiro da companhia que foram minimizados por maiores dívida média e taxa de juros, depois que o governo começou a elevar a Selic para conter a inflação no país.

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O executivo reiterou que a Oi tem liquidez de R$ 11,12 bilhões dos quais cerca de R$ 7,2 bilhões em linhas de crédito imediato que incluem R$ 2,5 bilhões do BNDES.

"A análise de nosso desempenho não pode ser feita trimestre a trimestre, é preciso focar nas tendências estruturantes", disse Zeinal. Ele afirmou que a companhia deve implantar até junho, na maior parte das regiões onde está presente, sistema de gerenciamento de força de trabalho chamado Clic, com o qual espera reduzir custos de equipes de manutenção e melhorar a eficiência.

Zeinal também afirmou que a Oi prepara para abril o relançamento de sua oferta de TV paga, que será apoiada em novo satélite da companhia. Sobre o mercado de telefonia móvel brasileiro, o executivo afirmou que as operadoras estão "racionalizando algumas de suas ofertas, corrigindo alguns preços" e que a Oi não está subsidiando aparelhos para clientes.

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