Neste domingo, o Brasil conhece seu novo Presidente. Os dois candidatos possuem conceitos completamente diferentes sobre a economia do País, o que obviamente não deixou os investidores em situação confortável.
Antes de mais nada, é preciso ter em mente que o mercado financeiro trabalha com “previsões”, o que pode trazer situações diferentes, dependendo de quem vencer a eleição.
“Temos uma inflação em queda e algumas políticas que devem injetar liquidez na base da economia, planejadas por ambos os canditatos. Há uma expectativa de melhoria no mercado financeiro como um todo no curto prazo, não importa quem ganhe, já que a previsibilidade é um fator importante e o cenário ficou relativamente previsível para o curto prazo”, diz Danilo Gato, especialista em investimentos certificado pela ANBIMA e educador financeiro, autor do livro “Aprenda a Investir seu dinheiro”, criador do canal Finanças em Desenho.
Como ficam as previsões de médio e longo prazo
“Quando foi presidente, o candidato Lula tomou diversas medidas que favorecem o curto prazo em detrimento do longo e teve o governo marcado por grandes escândalos de corrupção. Caso isso não mude, podemos esperar a médio e longo prazos uma alta taxa de juros, o que favorece os investimentos de Renda Fixa e também é possível que ocorra um rebote inflacionário”, diz Danilo.
“Os mercados de renda variável, como ações e fundos imobiliários, não teriam grandes expectativas de crescimento na média, embora certos setores possam ser beneficiados por algumas de suas pautas, como empresas do setor de educação e varejo. Estatais podem ser prejudicadas pelo medo dos investidores de políticas muito intervencionistas.”
Já o presidente Bolsonaro teve um viés diferente em seu mandato. “Ele tomou ações mais liberais e realizou algumas reformas que foram mais favoráveis ao mercado, embora não tenha cumprido sua agenda de privatizações por completo. Se esse cenário se repetir, podemos projetar uma expectativa favorável ao mercado financeiro, principalmente para investimentos de renda variável, como ações e fundos imobiliários. A inflação tende a se manter sob controle, se não forem tomadas muitas ações imediatistas e, com isso, há uma expectativa de investimentos de renda fixa terem rendimentos mais comedidos.”
Diversificação é a palavra de ordem após a eleição
A previsão de curto prazo é similar para ambos candidatos, mas muda no médio e longo prazo. O que fazer com os investimentos nesse caso? A palavra de ordem é diversificação.
“É impossível acertarmos todas as projeções sobre o mercado com consistência, por isso, a melhor saída é sempre termos uma carteira de investimentos bem diversificada com Renda Fixa, como tesouro direto, CDBs, LCIs, LCAs e Renda Variável, como Ações, Fundos imobiliários e ativos do exterior, entre outros. Dessa forma, sempre uma parte de nossa carteira tende a estar bem quando a outra estiver mal e, a longo prazo, ambas tendem a valorizar e nos trazer ótimos resultados com baixo risco”, defende o especialista.
Para finalizar, Danilo dá um conselho para os investidores: “Independentemente de quem ganhar, tenha uma carteira diversificada de investimentos, pois só isso vai trazer a você segurança e tranquilidade não importa o cenário futuro”.