Shoppings financeiros diversificam investimentos

9 jan 2014 - 07h15
(atualizado às 07h15)

Com o cenário econômico brasileiro avaliado de forma positiva por especialistas, o mercado financeiro do País vem se mostrando cada vez mais aberto a sofisticar e diversificar as opções de investimentos para os brasileiros. Quem está interessado em conhecer qual a melhor forma de fazer o dinheiro render, de acordo com o seu perfil e situação financeira, pode procurar ajuda de assessores e corretoras especializadas que trabalham com os chamados shoppings ou butiques de investimentos.

A prática é cada vez mais comum no Brasil e consiste em oferecer uma ampla carta de investimentos para o cliente, que antes ficava limitado ao que era oferecido pelos bancos e instituições financeiras. Para o sócio-diretor da XP Investimentos, Eduardo Glitz, ter um assessor de investimentos neste novo cenário econômico do País é importante para planejar a vida financeira, atingir metas e realizar sonhos, como comprar uma casa e se aposentar, por exemplo: “as pessoas trabalham para ganhar dinheiro e precisam de alguém para tomar decisões corretas, pois um erro pode fazer com que percam vários anos de trabalho”. Como quem vai ao supermercado e prefere encontrar produtos de diversas marcas, encontrar diversos produtos para investir no mercado também pode ser a melhor opção. “Assim, a pessoa abre uma única conta e tem acesso a todas as “marcas” de produtos e pode comparar”, explica Glitz. A vantagem é que a assessoria não possui nenhum custo para o cliente, pois as empresas funcionam como distribuidoras para bancos e outras instituições financeiras.

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O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, destaca que não existe resposta certa quando se trata de mercado financeiro: “o que existe é tentar fazer uma estratégia em cima do objetivo de cada cliente. A questão é saber qual é a demanda de cada pessoa”. De acordo com Perfeito, a economia vai exigir cada vez mais que as pessoas poupem dinheiro de forma sofisticada, pois a situação atual já é bem diferente em alguns setores antes tradicionais, como o mercado imobiliário, por exemplo: “ao cair a taxa de juros, a rentabilidade de vários produtos também caiu. Antes, as pessoas abriam caderneta de poupanças. Hoje, acho que faz mais sentido comprar tesouro direto, por exemplo. Esse tipo de mudança nos investimentos veio para ficar”.

Perfil do cliente

Glitz conta que o principal desafio do assessor financeiro é entender o perfil de cada pessoa: “há um sistema em que, através de algumas perguntas, é possível entender o perfil do cliente. Não deixamos o cliente investir onde seu perfil não se encaixa. Não podemos gerar frustração em quem investe. Se o cliente não tem perfil de investir em ações, então não podemos sugerir”. Perfeito destaca a informação como principal ponto de partida para um investidor, e não necessariamente muito dinheiro - embora uma maior quantia para investir implique maior possibilidade de sofisticar a escolha.

Exterior

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Para quem busca investimentos fora do Brasil, os shoppings de investimento também são uma boa opção, pois localizam fundos de investimento locais que investem no exterior. “O Brasil está começando a ter diversos fundos de investimento brasileiros, de bancos e instituições sediadas no Brasil, que investem lá fora. Operacionalmente, isso é muito mais fácil para o cliente, que não precisa abrir conta no exterior. Através do seu próprio banco, ou dos shoppings financeiros, consegue investir com gestores brasileiros que investem lá fora”, analisa Glitz. 

Torna-se mais fácil principalmente pela questão da moeda, pois o cliente não precisa pensar na conversão. Quem investir em reais receberá, também, em reais. E é o próprio gestor quem faz a operação: “o investidor escolhe um fundo com propósitos específicos de investir no exterior e o gestor pega esse dinheiro e converte em dólar, para investir lá fora. Quando o cliente quiser, resgata o valor, em reais”, explica Glitz.

Nos Estados Unidos, a prática é realizada por cerca de 90% das pessoas que investem, de acordo com Glitz - no Brasil, a taxa é próxima a zero. Mas Perfeito acredita que o fenômeno já está consolidado no Brasil: “nos Estados Unidos, a cultura financeira é muito mais desenvolvida - não só em relação ao Brasil, mas ao resto do mundo também - mas cada vez mais fica claro para as pessoas no País que, ao acumular patrimônios, é possível diversificar os investimentos em vários segmentos da economia”, afirma.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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