O dólar fechou em alta de mais de 1% nesta segunda-feira, com investidores indo às compras após a divisa americana recuar a R$ 2,50 no início da sessão ainda refletindo o otimismo gerado por notícias sobre a escolha da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.
A moeda americana subiu 1,08%, a R$ 2,5488 na venda, após atingir R$ 2,5021 na mínima da sessão e R$ 2,5535 reais na máxima.
Segundo dados da BM&F, o volume financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 2,78).
"O mercado aproveitou a queda para recomprar (dólares)", disse um importante operador de câmbio de banco nacional, ressaltando que, apesar da perspectiva de mudança na política econômica, o atual momento da economia brasileiros sustenta a cautela dos investidores.
'Trinca do mercado'
Na sessão de sexta-feira, a moeda americana recuou pouco mais de 2%, animada por notícias de que a equipe econômica será composta por Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini. A trinca agradou o mercado e, segundo os operadores, indica que a presidente Dilma reconhece a necessidade de mudança na política econômica.
A expectativa era que o anúncio - com Levy no Ministério da Fazenda, Barbosa no Ministério do Planejamento e Tombini no Banco Central - acontecesse na própria sexta-feira, mas isso não se confirmou.
Duas fontes do governo disseram à Reuters que o governo decidiu esperar a aprovação no Congresso do projeto de lei que amplia o abatimento da meta de superávit primário neste ano.
'Dólar indomável'
O dólar chegou a ampliar essas perdas no início da sessão desta segunda-feira, mas reverteu o movimento no início da manhã e firmou-se em alta durante todo o resto do dia. "O dólar vai ter dificuldade para cair muito mais até que a equipe (econômica) seja efetivamente confirmada ou que haja mais detalhes sobre quais medidas vão ser adotadas", afirmou Marcos Trabbold, operador de câmbio da corretora B&T .
Agentes financeiros criticam a atual política econômica por, segundo eles, contribuir para gerar inflação alta e crescimento baixo. Segundo analistas, também não ajudou o ânimo o déficit de conta corrente recorde para outubro, anunciado no fim da manhã.
"O déficit em conta corrente muito forte acabou enfraquecendo o real hoje, porque sugere que (dólares) estão fugindo do país devido a exportações menores", disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, em sua atuação diária no mercado de câmbio. Foram vendidos 2,7 mil contratos para 1º de junho e 1,3 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,7 milhões.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro, equivalentes a US$ 9,831 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 75% do lote total.
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