Em dezembro de 2020, foi lançado no Brasil o primeiro ETF (Fundo de Índice) baseado em ouro. O Trend ETF LBMA Ouro, negociado pelo ticket GOLD11 e com lote mínimo de apenas uma cota, é administrado pelo BNP Paribas, com gestão da XP.
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O ETF investe quase 100% do seu patrimônio em cotas do IAU US, um fundo que replica o índice LBMA Gold Price, calculado pela ICE Benchmark Administration Limited (“ICE”).
Desde março de 2024, o GOLD11 observa um movimento interessante de alta, acompanhando a cotação mundial do ouro. No final de fevereiro, a cotação de GOLD11 observada era de R$ 10,55, alcançando, em 16 de abril, incríveis R$ 13,26, em uma valorização expressiva de quase 26%. Em 5 de junho, o ETF fechava em R$ 13,13, com alta de 24,50% desde o início do movimento intenso de compra do metal.
Mas, afinal, o que explica essa rentabilidade superior a 20% nos primeiros meses do ano? O Terra ouviu alguns especialistas para esclarecer essa dúvida.
Para Alexandre Dellamura, economista e head de conteúdo da Melver, a alta do ouro expressiva pode ser explicada pelo risco geopolítico, tanto em relação ao conflito Rússia x Ucrânia, quanto no Oriente Médio. “Esses conflitos levaram a um movimento de compra expressivo do metal por parte dos bancos centrais, principalmente de países emergentes. A alta demanda por esses players maiores, acompanhados pelo apetite dos investidores apostando em proteção com o metal mais negociado do mundo, fez com a sua cotação disparasse”.
André Alírio, economista e assessor de investimentos, explica que, combinando com a crise geopolítica, o ouro tem uma tendência de valorização quando se tem um processo de redução do poder de compra das moedas, ou seja, em cenário de inflação.
“Um pouco das duas coisas faz com que esse ativo [ouro] tenha uma performance como essa. Nós temos os Estados Unidos com maior pressão inflacionária do que o previsto, o Brasil também, com pouco mais de expectativa de inflação do que a gente tinha até o final do ano passado. Enfim, isso junto com a questão geopolítica faz com que a gente tenha um processo de valorização do ouro”.
Como investir em ouro no Brasil?
Até o início de 2024, era possível comprar lingotes de ouro de 250g no mercado à vista da B3, contudo, o produto foi descontinuado. O investidor brasileiro pode construir posição em ouro adquirindo o ETF GOLD11 (o que inclui, inclusive, a proteção contra a exposição junto ao dólar).
Outra possibilidade é a compra do ABGD39, BDR de ETF que também acompanha o índice LBMA Gold Price, como no GOLD11.
Há também alguns fundos financeiros abertos multimercado atrelados ao ouro, com ou sem exposição ao ouro. É o caso do Bradesco FIC FIM Ouro, BTG Pactual Ouro FIC FI Multimercado, BTG Pactual Ouro USD FIC FI Multimercado e Itaú Gold FIC FIM.
“Para o investidor mais arrojado, é possível a montagem de posições em ouro utilizando contratos futuros do metal, negociados na B3. Sob o ticker OZ1, o investidor que acredita na alta do ouro pode entrar comprado nesse contrato, com vencimento mensal e tamanho de 250g. Quem acredita na queda do metal deverá entrar vendendo os contratos”, aconselha Dellamura.
É possível também investir em ouro por meio dos fundos abertos. Conforme explica André Alírio, “cada plataforma de corretora ou banco tem seus diferentes tipos de fundo aberto, que tem sua referência em ouro. E ele tem uma série de questões de tributação específicas dele que o investidor pode fazer sua aplicação em ouro”.