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Pacheco sugere que prefeitos apresentem contraproposta ao governo sobre desoneração

Para presidente do Senado, principal questão em debate é a fonte de compensação para a renúncia fiscal; ele sugere um escalonamento na alíquota previdenciária das prefeituras

13 mai 2024 - 18h52

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu aos representantes dos prefeitos que uma contraproposta para a desoneração dos municípios seja elaborada e encaminhada em breve ao governo federal. Pacheco alegou que "estamos premidos pelo tempo", mas que é preciso chegar a um "encaminhamento" comum como solução para a redução de alíquotas previdenciárias das prefeituras.

Pacheco tem se oposto ao governo na questão da desoneração da folha
Pacheco tem se oposto ao governo na questão da desoneração da folha
Foto: Roque de Sá / Agência Senado / Estadão

Pacheco disse que terá uma reunião nesta terça-feira, 14, com o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, para discutir a desoneração. O presidente do Senado não especificou se a conversa seria específica sobre a desoneração dos 17 setores ou se englobaria também a questão dos municípios.

Segundo Pacheco, a principal questão em debate é a fonte de compensação para a renúncia fiscal que haverá com a redução da alíquota previdenciária das prefeituras.

"Estive com o ministro Fernando Haddad no Planalto, um pouco antes da reunião com Eduardo Leite, e tratei do encaminhamento de uma composição nesses pontos todos. Remanesce a questão da desoneração, que pelo que entendi é problema da falta de indicação da compensação e fonte de receita do que propriamente um capricho do governo de não aceitar uma alíquota menor. Diante disso, considero que poderíamos encaminhar a solução do acordo via substitutivo na PEC 66, propondo ao governo todos os itens", afirmou.

A PEC à qual Pacheco se refere é a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata de uma renegociação das dívidas previdenciárias dos municípios. A alternativa sugerida pelo presidente do Senado é aprovar o assunto por meio dessa PEC, de relatoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado.

A proposta chegou a estar em cenário avançado no Senado, principalmente após uma série de negociações do relator com o Ministério da Fazenda. Quando ela poderia ser discutida no plenário, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu a Portinho que aguardasse um pouco mais. O Estadão/Broadcast apurou que um dos motivos foi justamente o imbróglio envolvendo a desoneração e a construção de uma saída que possa envolver esse Refis.

Em discurso durante a sessão de debates sobre a questão fiscal dos municípios, Pacheco sugeriu um escalonamento na alíquota previdenciária das prefeituras.

"Podemos pensar num formato que não deve ser a retomada dos 20%, como hoje se impõe pela decisão do STF, e que não seja eventualmente os 8% para todo sempre. Eventualmente uma composição que pudesse indicar uma fonte para manter os 8% neste ano, assim como fez para os 17 setores", disse.

"Uma proposta intermediária escalonada ao longo de 2024 até que 2028 se chegue a uma alíquota, que pode ser de 14%, 16%, 18%, é uma discussão que temos de fazer, sempre apresentando a fonte de compensação", completou.

Pacheco citou algumas fontes de compensação, mas não estimou quanto cada uma representaria. "Uma que gostaria de destacar e pedir avaliação ao Ministério da Fazenda é a de recursos esquecidos do sistema financeiro nacional, que eventualmente podem ser tidos como fonte, que são alguns bilhões de reais. Como créditos e depósitos judiciais em que não se aparece o proprietário, que aos montes temos. Como temos a questão dos jogos (de azar)", afirmou.

O presidente do Senado reforçou ser importante que os prefeitos apresentem "algo concreto na linha do que o governo estava sustentando". "O governo há de convir que ele próprio considerou discutir isso na Câmara dos Deputados de forma diferente dos 20%, já aceitou esse escalonamento, a diferenciação, que eu entendo que municipalismo não quer estabelecer. Se o governo aceitou discutir, nos cabe encaminhar uma proposta", argumentou Pacheco.

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Pacheco tem se oposto ao governo na questão da desoneração da folha
Foto: Roque de Sá / Agência Senado / Estadão
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