A Autoridade Panamenha de Segurança Alimentar informou nesta segunda-feira que suspendeu uma inabilitação temporária sobre os registos sanitários de produtos derivados de carnes do Brasil depois que comprovou que não estão relacionados com a investigação realizada pela Operação Carne Fraca.
A entidade determinou que os alimentos derivados de carne que até esta data foram importados pelo Panamá não foram afetados pelas irregularidades constatadas em frigoríficos brasileiros.
As autoridades brasileiras e as empresas produtoras "sustentaram que os produtos de carnes processados cumpriam com os procedimentos de satisfação e, portanto, com os requisitos sanitários", para sua venda no Panamá, declarou o órgão panamenho em um comunicado.
No último dia 22 de março a Autoridade Panamenha de Segurança de Alimentar (Aupsa) informou que, como medida preventiva, tinha inabilitado temporalmente os registros sanitários desses produtos brasileiros e ordenou a retirada do que estava sendo comercializado.
A medida seria mantida até que a instituição homóloga no Brasil certificasse com provas técnicas e científicas que os alimentos cumpriam os requisitos para seu consumo.
As autoridades brasileiras descobriram no último mês de março uma máfia integrada pelos principais frigoríficos do país que, com a cumplicidade de fiscais sanitários corruptos, usaram produtos químicos para adulterar carnes estavam em mau estado e não cumpriam os requisitos para sua venda no exterior.
Hong Kong, México, Uruguai, Suíça, Trinidade e Tobago, Jamaica e Coréia do Sul também reagiram com a suspensão da importação da carne brasileira.
De acordo com cálculos do próprio governo, o escândalo pode custar ao Brasil 10% de seu mercado externo e perdas próximas a US$ 1,5 bilhão anuais.