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Para BC, alta de alimentos não afetará inflação do ano

16 abr 2014 - 11h34
(atualizado às 14h05)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a alta nos preços dos alimentos registrada em março ficará circunscrita ao setor, evitando uma efeito mais amplo sobre a inflação. Ele afirmou que os efeitos da política de aumento da taxa básica de juros ainda surtirão efeito neste ano.

“Tivemos um choque de preços de alimentos. Esse choque, na visão do Banco Central, é temporário”, afirmou Tombini. “Trabalhamos para que essa alta se restrinja ao setor.”

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Em março, devido a alta dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em alta de 0,92%, a maior taxa em 11 anos. A meta de inflação do governo para o ano é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais, isto é, 6,5% é o teto da meta.

O presidente do Banco Central lembrou que desde abril de 2013, a taxa básica de juros (Selic) vem sendo aumentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para ele, essa ferramenta de combate à inflação tem efeito retardado e ainda deverá controlar os preços num cenário futuro. “Essa política opera com defasagem e tem efeito cumulativo. Uma parte importante dessa política ainda não tocou a inflação”, afirmou.

Alexandre Tombini disse ainda que enquanto o Banco Central brasileiro atuava na política econômica, a pressão cambial interferiu no cenário econômico brasileiro, atingindo a inflação. “Nesse período (desde abril de 2013), tivemos um aperto das condições monetárias e, ao mesmo tempo, se iniciou um processo de retirada dos estímulos da economia americana, que teve impacto na moeda de vários países”, explicou.

O presidente do Banco Central se referiu à retirada dos estímulos econômicos realizada pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que antes havia injetado US$ 85 bilhões no mercado internacional por meio de compras de ativos. A interrupção dos estímulos provocou o derretimento das moedas de vários países, especialmente os emergentes.

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Em linha com outras reclamações do governo brasileiro, Tombini alertou para a importância de que as economias desenvolvidas hajam com cautela para evitar efeito similar. Ele afirmou ter visto “progresso” e um cenário de “calmaria maior”. “É importante que as autoridades das economias avançadas tenham cautela na retirada dos seus estímulos”, afirmou.

A depreciação nominal do real frente ao dólar desde maio do ano passado, segundo o presidente do Banco Central, foi de 15%.  Hoje, com a valorização da divisa brasileira (hoje cotada na casa de R$ 2,20 para cada US$ 1), Tombini afirma que o real é uma das moedas emergentes mais fortes em comparação com a divisa americana.

A fala de Alexandre Tombini foi endereçada a empresários e representantes do governo e da sociedade civil, reunidos na manhã desta quarta-feira em reunião do pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). 

A presidente Dilma Rousseff afirmou que Brasil "tem de se orgulhar" de seus fundamentos econômicos. Para ela, o País está conseguindo manter rigorosamente a inflação dentro do limite da meta, reduzir a dívida líquida sobre o PIIB ao menor índice já registrado e também ampliar as reservas internacionais de modo a "encarar com firmeza, seriedade e atenção as volatidades internacionais". Dilma disse que o cenário de crise dos últimos anos foi o pior do século, comparado até a crise de 1929. 

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Fonte: Terra
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