Parlamentares gregos autorizaram no domingo o referendo proposto pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, sobre o resgate do país, deixando a Grécia no caminho de realizar em 5 de julho um plebiscito que irritou os credores internacionais e aumentou as chances de a Grécia sair da zona do euro.
O governo conseguiu facilmente a marca de 151 votos necessários para autorizar o referendo, ainda que os partidos de oposição Nova Democracia, Pasok e To Potami e o comunista KKE tenham votado contra.
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Os gregos vão votar se aceitam ou rejeitam os mais recentes termos oferecidos pelos credores a Atenas para desbloquear bilhões de euros em fundos de resgate.
O Eurogrupo recusou-se no sábado (27) a estender o programa de resgate grego, que termina na próxima terça-feira (30), prolongando o impasse nas negociações entre a Grécia e os credores, que se arrastam desde fevereiro, quando o programa de resgate ganhou prazo até junho. O grupo foi surpreendido na sexta-feira (26) à noite com o anúncio de Alexis Tsipras da realização do referendo.
Além de terminar o programa de resgate, na próxima terça-feira expira também o prazo para a Grécia pagar a parcela de quase 1,6 bilhão de euros ao FMI.
As metas fiscais, o imposto sobre o consumo, as pensões e a dívida são os principais pontos que opõem a Grécia aos credores internacionais – uma divergência que representa cerca de 910 milhões de euros.
A Grécia pediu o primeiro resgate em 2010, tendo desde então sofrido uma quebra significativa da economia e das condições sociais. Este ano, voltou à recessão e verificou-se também uma quebra significativa nas receitas do Estado. No país, é ainda preocupante a situação do setor bancário, com a crescente fuga de depósitos.
Mas não é só a Grécia que está em perigo. Um default (calote) grego poderá criar ondas de choque por toda a zona do euro e, apesar de os líderes da região dizerem que o contágio seria limitado, ninguém pode prever exatamente o impacto.
Se não respeitar o prazo do FMI, a primeira sanção será imediata. O país deixa de ter acesso a recursos do Fundo. Segundo números oficiais, a Grécia deve transferir este ano mais de 5,4 bilhões de euros para o FMI em reembolso da dívida.
No início do mês, Atenas recorreu a uma cláusula pouco utilizada que permite agrupar vários pagamentos numa única prestação, adiando o pagamento para dia 30 de junho (terça-feira). Se não cumprir esse prazo, cerca de metade dos 7,2 bilhões de euros que ainda tem a receber dos credores será imediatamente congelada.