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Peru embarga carne do Brasil por suspeita de vaca louca

Caso atípico aconteceu no Mato Grosso; embargo temporário irá durar 180 dias

8 mai 2014 - 15h25
<p>Peru é um importador de volumes insignificantes de carne bovina brasileira</p>
Peru é um importador de volumes insignificantes de carne bovina brasileira
Foto: Reuters

O Peru impôs embargo temporário, de 180 dias, à carne bovina procedente do Brasil por causa da suspeita de um caso atípico de vaca louca em Mato Grosso, informou nesta quinta-feira o Ministério da Agricultura brasileiro.

O Peru, um importador de volumes insignificantes de carne bovina brasileira, é o primeiro país a anunciar restrição ao produto do Brasil, o maior exportador global. Caso seja confirmado, será o segundo caso atípico - que não apresenta risco de transmissão da doença - no Brasil.

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No final de 2012, houve tal ocorrência no Paraná, o que levou alguns países a decretarem restrições à carne brasileira, impactando as exportações em 2013, apesar de o caso ter sido classificado como "atípico".

Mais cedo, o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti, disse acreditar que eventuais restrições em 2014 fiquem limitadas ao Mato Grosso, principal Estado produtor de gado do Brasil. A companhia é a segunda exportadora de carne bovina do país, atrás da JBS. O Brasil, que trabalha com a perspectiva de atingir exportações recordes em 2014, avalia que o animal de Mato Grosso apresentou evidências de ter um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o nome técnico da doença de vaca louca.

O ministério aguarda para esta semana o resultado do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ratificando o resultado de avaliações realizadas no Brasil. No caso atípico, que ocorre de forma esporádica e espontânea, principalmente em animais mais velhos, não há relação com a ingestão pelos animais de ração contaminada. A vaca morta em Mato Grosso tinha 12 anos - nasceu e foi criada na mesma fazenda, em sistema extensivo de produção a pasto e sal mineral, segundo o ministério.

No caso clássico, a doença é transmitida por ração contaminada com o príon, por ter sido elaborada com produtos obtidos de animais infectados. De qualquer forma, a carne e outros produtos do animal de Mato Grosso não ingressaram na cadeia alimentar, e o material de risco específico foi incinerado, segundo o ministério.

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