O dólar vai reforçar seu domínio nos mercados de câmbio globais este ano, com poucos obstáculos para seus fortes ganhos, e um número significativo de analistas consultados pela Reuters espera que a moeda norte-americana atinja a paridade com o euro já em 2025.
Questionados se o euro atingirá a paridade em relação ao dólar este ano, uma maioria ampla dos economistas, 24 dos 38 entrevistados, disse que sim na pesquisa da Reuters de 3 a 8 de janeiro.
Desses, a maioria disse que isso acontecerá no primeiro semestre deste ano.
O dólar subiu mais de 7% em relação a uma cesta das principais moedas no ano passado, ficando um pouco aquém do ganho de 8% em 2022 e levando o euro à beira da paridade com o dólar e a uma mínima de mais de dois anos de 1,02 dólar em 2 de janeiro.
Embora os analistas consultados pela Reuters estiveram, em sua maioria, errados em suas previsões medianas ao longo do ano passado, outras questões, particularmente sobre os riscos para essas estimativas, capturaram a ascensão incessante da moeda.
Grande parte disso se deveu ao aumento de quase 8% do dólar no último trimestre de 2024, impulsionado pela resiliência econômica sustentada e, muitas vezes, inesperada dos Estados Unidos.
Um sinal do Federal Reserve em dezembro de que não tem pressa em reduzir ainda mais a taxa de juros, junto de temores de inflação enraizados nas políticas tarifárias e tributárias propostas pelo presidente eleito Donald Trump, só ajudaram a consolidar esses ganhos.
"Podemos parecer um disco quebrado, mas nossa visão para os próximos meses é de que o dólar ainda será bastante forte. Mesmo pensando nas possíveis novas políticas que poderão ser reveladas pelo novo governo, isso deve favorecer o dólar. De certa forma, há uma sensação de 'não há alternativa'", disse Paul Mackel, chefe global de câmbio do HSBC.
Os futuros das taxas de juros estão agora precificando apenas mais uma redução pelo Fed até o final de 2025 e hesitando quanto à possibilidade de uma segunda redução, em comparação com as especulações de que o Banco Central Europeu cortará os juros em quase 100 pontos-base até lá.
Isso, aliado aos rendimentos mais altos dos Treasuries e às expectativas de maiores reduções em outros bancos centrais importantes, provavelmente limitará a queda do dólar, disseram os estrategistas de câmbio, mostrando sinais sutis de uma mudança de postura.
O euro, atualmente em 1,03 dólar, foi visto subindo um modesto 1% para 1,04 dólar nos próximos três e seis meses e, em seguida, para 1,05 dólar no final do ano, de acordo com a mediana das opiniões de mais de 70 estrategistas, marcadamente abaixo do esperado há alguns meses.