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Petrobras desaba com novo CEO e Bovespa fecha em queda de 1%

As ações preferenciais da estatal perderam 6,94% e as ordinárias caíram 6,52%

6 fev 2015 - 18h28
<p>O Conselho de Administração da Petrobras oficializou durante a tarde a nomeação de Aldemir Bendine como novo presidente-executivo</p>
O Conselho de Administração da Petrobras oficializou durante a tarde a nomeação de Aldemir Bendine como novo presidente-executivo
Foto: Nacho Doce / Reuters

A nomeação de Aldemir Bendine para presidência-executiva da Petrobras frustrou investidores que esperavam um nome mais independente no comando da estatal, e derrubou as ações da petroleira e arrastando a Bovespa nesta sexta-feira.

As ações preferenciais da estatal perderam 6,94% e as ordinárias caíram 6,52%, pressionando o Ibovespa, que fechou em queda de 0,9%, a 48.792 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a perder 2%. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,3 bilhões.

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O Ibovespa acumulou alta de 4,02% na semana, no melhor desempenho semanal desde novembro.

Bendine é o escolhido

O Conselho de Administração da Petrobras oficializou durante a tarde a nomeação de Bendine como presidente-executivo e Ivan Monteiro como diretor de Finanças da estatal. Monteiro também ocupava o mesmo cargo no BB.

As ações da petroleira já vinham sofrendo desde o início do pregão com notícias sobre a provável nomeação de Bendine como substituto de Maria das Graças Foster, que anunciou sua renúncia ao cargo na última quarta-feira.

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Segundo participantes do mercado, o perfil de Bendine leva a crer em um elo político mais forte do que o desejado pelo mercado entra a estatal e o governo, que tem sofrido desgaste em meio ao escândalo de corrupção que se abateu sobre a Petrobras e que tem sido criticado por ingerência política na petroleira.

"O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos", disse à Reuters o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.

Nomes que vinham circulando na mídia, como o de Murilo Ferreira, presidente da Vale, e o de José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, teriam sido melhor recebidos.

Frustração

Em nota a clientes, o Bradesco BBI disse que Bendine não forneceria o choque de credibilidade necessário à companhia. Mas analistas do banco afirmaram acreditar que a indicação é apenas uma solução temporária até que o governo encontre um presidente-executivo permanente.

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O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, avaliou, no entanto, que Bendine não ficará no comando da estatal por um período curto.

As ações do Banco do Brasil também recuaram, embora a saída de Bendine já fosse esperada. A presidente Dilma Rousseff nomeou o atual vice-presidente de varejo da instituição, Alexandre Abreu, para assumir o comando do maior banco do país.

Superando as ações da Petrobras na ponta negativa do Ibovespa, os papéis da companhia de educação Kroton caíram mais de 10%, a R$ 10,25, após a companhia reduzir a previsão de crescimento por conta das mudanças promovidas pelo governo federal nas regras do programa de financiamento.

O banco Morgan Stanley cortou nesta sexta o preço-alvo da ação da companhia e da rival Estácio, respectivamente, para R$ 14,80 e R$ 20,90. A Estácio recuou 6,1% e fechou a R$ 16,93.

No sentido contrário, a América Latina Logística (ALL) subiu 4%, ainda em meio a expectativas positivas sobre o julgamento, na semana que vem, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da fusão com a Rumo Logística, do grupo Cosan.

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Ambev, que teve preço-alvo elevado pelo JP Morgan para R$ 19 ante R$ 17, subiu 1,42% na maior influência positiva para o Ibovespa. O banco tem recomendação neutra para o papel. As exportadoras Fibria, Embraer e Suzano avançavam em dia de alta do dólar ante o real.

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